ACONTECEU: POPULAÇÃO REVOLTADA INCENDEIA PRÉDIOS E VEÍCULOS EM ORIXIMINÁ-PA
Veículos da Coordenadoria de Trânsito foram queimados
Por volta de 07h, de
quarta-feira, 06, homens do Grupo Tático Operacional (GTO) do 3º Batalhão de
Polícia Militar de Santarém (BPM) foram destacados ao município de Oriximiná,
na região da Calha Norte, Oeste do Pará, onde centenas de pessoas invadiram
prédios públicos.
O objetivo da Polícia
Militar de Santarém foi garantir reforço a 12ª Companhia de Policiamento de
Oriximiná (CIPM), na guarnição de prédios públicos daquele Município. Após os
agentes de trânsito identificados como Joelson Paranatinga e Carlos Dias
derrubarem com chute na roda traseira de uma motocicleta o estudante Carlos
Diogo Tavares, 18 anos, e efetuar o uso de arma de choque, contra o jovem.
Revoltado, um grupo de pessoas incendiou as instalações do COMTRAN de
Oriximiná, bem como veículos do órgão foram queimados. Eles invadiram também e
destruíram as residências dos referidos agentes de trânsito.
Segundo testemunhas, o
estudante estava com a motocicleta trafregando por uma das ruas do Município,
quando foi abordado por uma blitz. Como estava sem capacete, não parou na
blitz, quando foi agredido por um dos agentes que o empurrou e o jovem caiu e
se feriu gravemente, mas está fora de perigo. A população revoltada destruiu o
prédio do órgão com fogo, além de incendiar também dois veículos do COMTRAN e
de matar o cachorro de um dos agentes, depredando o veículo do fiscal. Ainda de
acordo com populares, a Polícia não conteve a população revoltada e bateu em
retirada.
População invadiu e ateou fogo no prédio do COMTRAN |
PERSEGUIÇÃO: Para um grupo
de moradores de Oriximiná o fato ocorrido contra o jovem Diogo Tavares pode ser
entendido como “perseguição”. Segundo eles, por irresponsabilidade de
autoridades municipais, na terça-feira, 5, aconteceu a maior tragédia da
história de Oriximiná. Após não parar em uma blitz do Comtran, o jovem Carlos
Diogo, que estava dirigindo sem capacete uma motocicleta, foi perseguido e
derrubado pelo agente de trânsito Joelson Cohen Paranatinga. Testemunhas
relataram que o agente quase assassinou o rapaz, o qual bateu a cabeça no
asfalto e ficou gravemente ferido. Parte da população de Oriximiná se revoltou
e ateou fogo na Secretaria de Trânsito do Município, além de causar destruição
e tragédia nas casas de agentes de trânsito que faziam a blitz.
“A verdade dos fatos é que
esses agentes despreparados agiam com mão de ferro, humilhando pais de famílias,
destratando cidadãos, pois se julgavam acima da Lei, apoiados pelo prefeito
Luiz Gonzaga, que só sorria para as confusões diárias nas vias da cidade. Os
agente estão foragidos”, contou um morador.
CONFRONTO: Durante o
confronto dos moradores com os agentes, segundo testemunhas, uma mulher que
mora frente da Comtran, passou mal foi levada para o Hospital Municipal de
Oriximiná. Um policial recebeu uma pedrada sem gravidade. Ninguém foi preso.
Ainda durante a confusão,
cenas de terror e selvageria foram causadas pela revolta de pessoas que já não
agüentavam, segundo elas, a truculência por parte dos agentes de trânsito.
FIM DA COMTRAN: O fim da
Comtran, de acordo com os moradores, começou quando os agentes de trânsito que
faziam fiscalização e apreensão de veículos na cidade montaram uma barreira na
esquina da Travessa Carlos Maria Teixeira, com a Rua Dom Floriano, no bairro
Santíssimo. Segundo populares que se encontravam no local, o jovem Carlos Diogo
Tavares, que estava dirigindo sem capacete, não parou o veículo no início da
barreira. Em seguida, a moto de Diogo teria sido chutada por um dos agentes.
Diogo teria perdido o controle do veículo caindo em seguida. Um parente de
Diogo informou que o jovem ainda teria sido pisoteado até desmaiar. Os agentes
quando perceberam a revolta dos populares se evadiram do local deixando o rapaz
agonizando.
Jovem foi agredido por um agente de trânsito. |
REVOLTA: O estudante foi
levado para o Hospital Municipal, enquanto que parte da população em sua
maioria jovens se dirigiram para o prédio, onde funcionava o órgão. Ao chegar
ao local, iniciaram uma noite de terror, pânico, selvageria e destruição da
Coordenadoria. Quando uma viatura da Polícia chegou ao local, o portão
principal se encontrava no chão. Após o início da confusão, dezenas de pessoas
se aglomeravam em frente ao prédio gritando palavras de ordem como: “Queremos
justiça” e “fora Comtran”. Do outro lado da rua, pessoas jogavam pedras e paus
para cima do anexo. A Polícia Militar efetuou disparos e jogou spray de pimenta
para cima com intuito de dispersar os manifestantes. Depois de não ter
conseguido dispersar a multidão, o comandante da operação pediu aumento
imediato do efetivo policial, levando viaturas e motos, para o local.
“Estivemos no local para manter a ordem e impedir que a estrutura do prédio
fosse destruída”, disse o capitão Marcelo Ribeiro.
Um grupo de mais de cem
motoqueiros saiu pela cidade fazendo buzinaço em direção a casa do agente de
rrânsito Carlos Dias, o “Rigico”, que fica situada no cruzamento da Travessa
César Guerreiro com a Rua Sete de setembro. Os manifestantes quebraram o portão
e destruíram o carro do agente que estava no quintal. Eles também apedrejaram o
telhado da casa.
DESTRUIÇÃO: Em seguida com
um número maior os motoqueiros se deslocaram para o bairro Cidade Nova onde
também destruíram a parte da frente da casa do agente Joelson Cohen
Paranatinga. Um dos manifestantes tentou derrubar um portão de ferro com a
própria moto.
O próximo alvo dos
motoqueiros era a casa do coordenador Carlos Farias, mas ao chegar em frente à
residência eles foram informados que Carlão está viajando.
INCÊNDIO: Já se passava de
uma hora da quarta-feira, 06, quando a Polícia Militar percebeu que a parte de
trás do pátio que guardava as motos estava pegando fogo. O capitão Marcelo
Ribeiro, cumprindo ordens superiores, ordenou que os policiais batessem em
retirada. Aos gritos as pessoas jogavam pedras na Polícia e um policial foi
atingido sem gravidade.
O terrorismo tomou conta
do local, pessoas com pedras e paus quebravam o que viam pela frente dentro do
pátio, enquanto que outras incendiavam dois carros. A cena de barbárie e de selvageria
era nítida no semblante de cada um, cujo objetivo era dar um fim à Comtran.
Tudo que havia dentro do prédio era colocado para fora para em seguida ser
incendiado, mas o que se viu foi o verdadeiro saque. Mulheres e crianças
carregavam panelas, pratos e talheres. Adolescentes também carregavam descargas
de motos. Todas as motos que estavam apreendidas foram levadas. Os
manifestantes só pararam quando viram tudo destruído.
Já o jovem Diogo Tavares,
foi atendido no HMO e depois foi transferido para Santarém, onde recebe melhor
atendimento médico.
Fonte/Fotos:
RG 15 - O Impacto
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