NOVOS OLHARES: A AMAZÔNIA DE COUSTEAU
O pesquisador Jean-Michel Cousteau está na cidade para
lançar exposição, livro e rever velhos amigos
Um verdadeiro apaixonado
por explorar, por aventuras e sempre com uma brincadeira para fazer. Esse é
Jean-Michel Cousteau que, dessa vez, está na cidade de Manaus para lançar a
exposição e o livro “Retorno à Amazônia”. No entanto, antes de inaugurar a
mostra, ele decidiu fazer um passeio no seu velho amigo, o Ariaú Açu, barco que
foi utilizado por ele na expedição “Retorno à Amazônia”, de 2007, e rever o
grande amigo Francisco Ritta Bernardino, proprietário do Hotel Ariaú Amazon
Towers, que lhe deu apoio nas últimas expedições.
Jean-Michel é filho de
Jacques Cousteau (falecido em 1997), o famoso documentarista, cineasta e
oceanógrafo que viajou o mundo inteiro a fim de conhecer a natureza e seus
mistérios. Ele e o pai, em 1982, fizeram uma excursão de 20 meses ao longo da
Amazônia de uma maneira nunca vista: por terra, água e ar. Em 2007, na sua
última visita, ele registrou as mudanças ocorridas desde a primeira visita.
Navegando
Já navegando pelo o Rio
Negro, Cousteau revelou estar preocupado com a degradação que a Amazônia vem
sofrendo, porém, segundo ele, sua opinião não importa, pois o desmatamento
continua acontecendo, tanto o legal quanto o ilegal.
“Isso é um problema das
nove bacias Amazônicas. O Brasil tem 65% da floresta tropical, mas o que
acontece em outros países afeta aqui. É necessário ver tudo isso como um único
sistema de floresta tropical. Isso deve ser combatido, e combater o
desmatamento não quer dizer não aproveitar a floresta. Podem aproveitar
árvores, mas o importante é aprender a retirar da floresta somente os juros e
não o capital. É preciso aprender a gerenciar o uso da floresta e das águas de
maneira sábia”, disse o explorador, frisando em seguida que é preciso “ação,
ação, ação e educação, educação, educação”.
Neste retorno, ele
percebeu também mudanças satisfatórias na imprensa local, que passou a se
interessar mais por assuntos ligados ao meio ambiente. “Percebo esse interesse
renovado da imprensa sobre esse tema que, para mim, é muito importante”,
declarou.
Projetos
Ao ser questionado sobre
se realmente veio à Amazônia somente para lançar o livro e a exposição, ele
revelou – depois de um longo sorriso – que novos projetos estão surgindo,
porém, por enquanto, somente na sua cabeça. “Estou tendo um monte de novas
ideias, coisas para serem feitas talvez usando novamente esse barco, como
produzir matérias ou um documentário de uma hora, vídeos para Internet, fazer
um trabalho de linkar o que acontece na bacia Amazônica com as ilhas oceânicas
do Brasil em relação ao continente. Então, assim, criar parcerias e programas
com essas ideias”.
Fonte/Foto:
Rafael Seixas – A CRITICA
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