GREVE NACIONAL PODE PARALISAR MAIS DE 100 MIL TRABALHADORES NO POLO INDUSTRIAL DE MANAUS
Em meio a indicadores negativos, empresas temem
paralisação dos trabalhadores
MANAUS - A Federação das
Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) aguarda para esta terça-feira (9) um
posicionamento dos sindicatos de trabalhadores de diversas categorias da
indústria para elaborar uma estratégia que possa minimizar os prejuízos de uma
possível paralisação. A greve geral nacional organizada pela Central Única dos
Trabalhadores (CUT) marcara para a próxima quinta-feira ( 11) pode paralisar
mais de 100 mil trabalhadores no Polo Industrial, mas de acordo com o
vice-presidente da Fieam, Américo Souto Rodrigues, aqui no Amazonas o movimento
ainda está bastante segmentado. "Estamos entrando em contato com os
sindicatos laborais para verificar a adesão, porque a adesão está muito
segmentada, por setores. Nós estamos esperando até hoje, terça-feira, o contato
dele para estabelecermos uma estratégia", afirmou.
Segundo Américo, ainda não
há uma previsão dos prejuízos por dia de paralisação já que ainda não há uma
definição sobre o percentual de trabalhadores que cruzarão os braços. "Ainda não calculamos justamente por não
sabermos se a paralisação será total. Estamos esperando uma posição deles para
sabermos qual o percentual das fábricas serão paralisados", informou.
O movimento nacional busca
melhorias de condições de trabalho e social. Entre as principais reivindicações
está a PL 200/12 que acaba com a cobrança de multa rescisória de 10% do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) paga pelo empregador em caso de demissão
sem justa causa. Caso a decisão entre em vigor, o trabalhador não terá mais
direito à multa rescisória correspondente aos 40% de FGTS, que atualmente as
empresas pagam quando demitem os seus funcionários sem justa causa. Outras
pauta considerada prioritária é a jornada de trabalho de 40 horas semanais sem
redução de salário fim e a PL 4330, referente a terceirização da mão de obra do
trabalhador.
Outros pontos destacados
pelos sindicatos e pela CUT é o fim do fator previdenciário, disponibilização
de creche para os trabalhadores que possuem filhos, reajuste digno para
aposentados, mais investimentos em saúde, educação e segurança e a melhora do
transporte público.
Dólar alto e inflação
também podem frear produção
Apesar do clima de greve e
insatisfação que toma conta do setor industrial em todo o país, estes não
deverão ser os únicos entraves enfrentados pelo Polo Industrial de Manaus neste
segundo semestre. Os últimos seis meses do ano, que tradicionalmente apresentam
melhores números em relação ao primeiro semestre, em 2013 trazem dois desafios
para as empresas instaladas na região: o dólar alto e a inflação acima do teto
da meta.
De acordo com o
Conselheiro Executivo do Corecon-AM, Jose Laredo, a Zona Franca de Manaus ainda
é muito dependente da importação de insumos, que comprados em dólar, acabam
encarecendo os custos de produção. Já a inflação, que no acumulado dos últimos
12 meses registrou uma alta de 6,7% fez com que o governo federal reajustasse o
teto para acima da meta - que era de 4,5% a 6,5% - e retirasse incentivos de
produtos como da linha branca e de duas rodas.
Ainda segundo Laredo,
esses dois fatores poderão causar dificuldades de escoamento da produção
industrial local. "A alta na inflação aconteceu porque o governo,
erroneamente, estimulou demais o consumo. Consumo demais gera inflação. Agora o
governo tenta frear o consumo retirando esses incentivos de alguns produtos que
são os principais produtos
produzidos no PIM",
explicou.
Fonte/Foto:
portalamazonia.com.br/Divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário