ARTISTAS CELEBRAM RECONHECIMENTO DO TECNOMELODY, EM BELÉM
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Gang do Eletro |
O ritmo, genuinamente paraense, ganha cada vez mais
espaço no cenário musical brasileiro e mundial.
BELÉM - O tecnomelody,
ritmo genuinamente paraense, ganha cada vez mais espaço na cena musical
brasileira e mundial, além do reconhecimento como patrimônio cultural e
artístico do Estado, segundo a Lei Estadual n° 7.708, publicada no Diário
Oficial do Estado da última semana. Para artistas e entidades que atuam no
setor cultural, a nova legislação referenda a importância do gênero para a
cultura e representa uma revolução para a música paraense.
O presidente da Fundação
Cultural do Pará Tancredo Neves, Nilson Chaves, diz que é importante
transformar em patrimônio cultural qualquer manifestação que tenha uma
identidade clara e representativa do Estado, como é o caso do tecnomelody. “É
muito positiva a atitude de reconhecer um estilo desenvolvido aqui. Acredito
que devemos estender isso também a outros ritmos amazônicos, que também são
importantes como o tecnomelody, e que talvez tenham uma vida mais longa, há
exemplo da Marujada de Bragança e do siriá, retumbão e lundu”, diz.
Nilson Chaves avalia que a
profissionalização dos artistas que trabalham com o gênero já existe,
independentemente do reconhecimento do estilo como patrimônio imaterial do
Estado. “É um estilo musical que tem um forte apelo popular, que o povo
paraense já consome. Esses artistas estão bastante avançados em termos de
profissionalização”, considera.
A presidente da Fundação
Paraense de Radio Difusão (Funtelpa), Adelaide Oliveira, destaca que projetos como
o Festival Terruá Pará de Música e os executados pela TV, rádio e Portal
Cultura sempre se envolveram com o estilo, ajudando a divulgar essa cultura. “A
Mostra Terruá de Música, que vai até o próximo dia 30 de julho, no teatro
Margarida Schivasappa, do Centur, tem um percentual de tecnomelody. A curadoria do evento achou que o ritmo
representa muito bem o que é apresentado pelo evento”, explica.
Nos anos anteriores do
festival, lembra Adelaide, bandas de tecnomelody sempre participaram. “Acho
muito bacana esse reconhecimento, porque vai profissionalizar a categoria.
Acredito que seja muito interessante, para eles, que as pessoas consumam e
ajudem a fazer desse ritmo algo com mais qualidade”, analisa a presidente da
Funtelpa.
Um dos expoentes do estilo
no Pará, Tony Brasil conta que o tecnomelody foi criado para animar festas
populares em Belém. Para ele, as bandas atuais – como Tecno Show, ARK, Bruno
& Trio, Ravelly, Jurandy & Banda, Fruto Sensual, Eletro Batidão, Xeiro
Verde e Viviane Batidão – e também as aparelhagens sonoras Rubi, Tupinambá,
Super Pop, Mega Príncipe e Badalasom apresentam uma grande evolução do gênero.
“O que estamos vendo atualmente,
é uma evolução do tecnomelody, que acabou chegando muito mais longe do que
imaginávamos lá no inicio. Pensávamos em fazer um som que o público jovem
paraense curtisse, e hoje vemos o Brasil inteiro cantar e dançar com o
tecnomelody na trilha da Gabi Amarantos, Gang do Eletro e outros”, comenta.
A Gang do Eletro,
inclusive, é um dos grupos que atualmente vêm divulgando o ritmo paraense mundo
afora. Segundo o produtor musical e DJ da banda, Waldo Squash, a proposta é
divulgar as misturas do tenomelody com ritmos latinos, como cúmbia e reggaeton,
e sons eletrônicos oriundos da Europa, como o eletrohouse.
“A gente já vem fazendo
essas experimentações no Brasil e também fora do país, e ainda temos muito
material para mostrar. Esse reconhecimento representa uma vitória muito grande.
É um grande passo para que cada vez mais esse ritmo se torne popular”, afirma
ele, para quem o tecnomelody já faz parte da vida dos paraenses. O objetivo
agora é colocá-lo na playlist dos brasileiros. “Acredito que os próximos passos
devem ocorrer no sentido de buscar formas de profissionalizar ainda mais os
artistas desse gênero musical”, conclui.
Fonte/Fotos:
Portal Amazônia/Carlos Sodré – Ag. Pará
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