BELO MONTE: COMITIVA DE DEPUTADOS VERIFICARÁ CONDICIONANTES E IMPACTOS DA OBRA
Brasília/DF - Em audiência
nesta quarta-feira (29) na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e
Desenvolvimento Regional na Câmara Federal, o Deputado Arnaldo Jordy (MD/PA)
defendeu o requerimento proposto pelo presidente da Comissão, deputado Jerônimo
Goergen (PP/RS) que propõe a ida de uma comitiva de parlamentares ao canteiro
de obras onde está sendo erguida a hidrelétrica de Belo Monte, às margens do
rio Xingú, no Pará.
A justificativa da visita
dos membros da Comissão seria a de finalidade verificar, in loco, o estágio
atual da obra e seu cronograma, assim como o impacto socioambiental da obra
sobre a população da região. Belo Monte foi planejada para gerar, no pico de
sua operação, de cerca de 11 mil megawatts de potência, o que fará dela a maior
usina hidrelétrica inteiramente brasileira.
Arnaldo Jordy, ao
subscrever o requerimento, disse que a visita a Belo Monte é de extrema
importância, pois o que está acontecendo em termos de impactos sejam
ambientais, sociais e econômicos, servirá para os demais projetos de
hidrelétricas na Amazônia, que segundo o parlamentar, são 12. Ainda segundo o
deputado paraense, “é necessário compatibilizar o atual modelo de construção de
grandes obras na Amazônia, que não beneficia a população local de maneira
alguma e ainda é preterida em seus interesses”. Para ele, Belo Monte é um como
um filme visto há 30 anos, com a construção da represa de Tucuruí, também no
Pará, onde a energia gerada não rende para o Pará nem um centavo sequer, pois
nas atuais regras do ICMS para o setor elétrico, o imposto é revertido para o
Estado consumidor, completou Jordy.
A controversa obra de Belo
Monte, já foi alvo de nada menos que 17 ações por parte do Ministério Público
Federal no Pará, a maioria por não cumprir os acordos de condicionantes
estabelecidos quando da assinatura dos contratos com as empreiteiras
responsáveis pela obra, tais como benefícios para educação, saúde, saneamento e
segurança pública, que minimizariam os impactos sociais de um fluxo migratório
de mais de 40 mil pessoas para os municípios da área de influência da
construção em apenas oito meses. Somente 21,6% destas condicionantes teriam
sido cumpridas até o momento, segundo o MPF, o que está gerando insatisfação
nas populações locais e nativas, como os ribeirinhos e os indígenas, que só nas
últimas semanas invadiram e paralisaram Belo Monte por duas vezes.
Segundo Jordy, todos os
indicadores de violência explodiram em Altamira, por conta do contingente
policial reduzido, que ainda por cima foi reduzido, como no caso da Polícia
Federal. O deputado sugeriu que sejam convidados para a visita, que deve
acontecer em meados de junho, representantes do Governo do Pará, do Ministério
Público, da Associação de Municípios e do Movimento Xingú Vivo.
Fonte: Assessoria
de Comunicação - Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
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