COMISSÃO DO PARÁ VAI A BRASÍLIA PEDIR REVISÃO DO ICMS
Senador diz que se aprovada, lei irá descriminar o
Estado
O vice-governador do Pará
e secretário Especial de Gestão, Helenilson Pontes, reuniu-se nesta terça-feira
(30), em Brasília, com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson
Barbosa para falar sobre os prejuízos que o Pará poderá ter diante das
discussões sobre o novo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Além do vice-governador,
participaram da reunião o senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA) e o secretário
estadual de Fazenda, José Tostes. O assessor especial do Ministério da Fazenda
e supervisor da área parlamentar, Demétrius Ferreira e Cruz, também participou
do encontro. Na última quarta-feira, a CAE aprovou substitutivo ao projeto do
senador Delcídio Amaral (PT-MS), unificando o ICMS nas transações comerciais
entre as unidades da Federação.
Delcídio Amaral rejeitou a
inclusão da emenda do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) no substitutivo,
inserindo o Pará entre os estados que podem negociar seus produtos com outros
estados nortistas com a alíquota de 12%, porque suas operações não são
originadas de Zona Franca ou Área de Livre Comércio, como as dos demais estados
da região.
Delcídio alegou que, por
não ter uma Zona Franca, o Pará não perde receita como o Estado do Amazonas,
por exemplo, que manteve sua alíquota em 12% no texto original da proposta. O
ICMS é o imposto cobrado pelos estados sobre as operações de circulação de
mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação.
A proposta original do
senador do Mato Grosso do Sul diz respeito à diminuição gradativa do ICMS, até
chegar a 4% nas regiões Sul e Sudeste e 7% nas regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste em 2014. Atualmente, as alíquotas são de 7% para o Sul e Sudeste e
12% para Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O projeto de Delcídio
Amaral mantém o Amazonas com 12% e as Zonas Francas e Áreas de Livre Comércio
também. A justificativa inicial para o Amazonas continuar cobrando 12% está
ligada ao fato do Estado 'abrigar a Zona Franca de Manaus e ser um Estado
exportador líquido, ou seja, que vende mais produtos às demais unidades da
Federação do que delas adquire', explicou o relator.
O vice-governador abriu a
reunião pedindo ao secretário Nelson Barbosa um “olhar mais técnico para a
situação”, diferente da visão estritamente política com que o caso está sendo
tratado. Viemos ao Ministério da Fazenda, pois sabemos que aqui teremos um
tratamento sério, isento e técnico para a questão, disse Helenilson Pontes.
A preocupação do
governador Simão Jatene é a competitividade futura em relação aos estados que
nos rodeiam. 'Os estados todos têm tratamento diferenciado, menos o Estado do
Pará. Nós já temos perdas substanciais com a Lei Kandir', disse Flexa Ribeiro.
O senador disse, ainda, que se a emenda do senador sul-matogrossense for
aprovada, discriminará o Pará, trazendo enormes prejuízos ao povo e ao
empresariado paraense.
Discriminação também foi o
termo usado pelo vice-governador Helenilson Pontes. O que parece estar
acontecendo, disse Pontes, é uma má compreensão de alguns senadores sobre o
assunto. “Não somos contra zonas francas ou áreas de livre comércio, mas não
podemos deixar o Pará ser penalizado desta maneira. A emenda terá de ser
revista”, disse Pontes.
A emenda proposta pelo
senador Flexa Ribeiro, segundo o vice-governador, não mexe nas alíquotas das
vendas dos estados da Região Norte para o restante do País, apenas busca manter
o equilíbrio da região. “Precisamos encontrar um regime fiscal mais justo que
preserve a competitividade do Pará no cenário econômico brasileiro”, concluiu o
vice-governador.
O secretário executivo do
ministério disse na reunião que vai pôr o caso em análise de forma imediata,
inclusive em reunião que terá com o senador Delcídio Amaral ainda nesta semana.
Nelson Barbosa disse que a emenda do senador Flexa Ribeiro é coerente do ponto
de vista técnico e por isso vai embasar os argumentos do ministério na reunião
com o senador Delcídio.
Fonte/Foto:
amazôni@contece, com informações da Agência Pará
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