‘O QUE VIMOS FOI ATERRADOR’, DIZ JORDY SOBRE EXPLORAÇÃO SEXUAL NO PARÁ

Vítimas da exploração sexual dividiam o mesmo comodo.
Deputados da CPI visitaram boates e casas noturnas no estado.
CPI do Tráfico de Pessoas pede explicações a CCBM e Norte Energia.
Os deputados Arnaldo Jordy (PPS-PA) e José Augusto Maia (PTB-PE), que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o caso de exploração sexual em Vitória do Xingu e de tráfico de perto próximo ao canteiro de obras da usina de Belo Monte, no Pará, irão avaliar o conteúdo dos depoimentos das quatro pessoas que foram presas suspeitas aliciar jovens para a prostituição no Pará.
Os depoimentos foram colhidos na noite da última segunda-feira (25) na sede da Delegacia Geral de Polícia, em Belém, pelos parlamentares e pela delegada-geral adjunta Christiane Lobato, e Simone Edoron, diretora de Atendimento a Grupos Vulneráveis, da Polícia Civil.
“Foram quatro horas de depoimentos gravados. E o que podemos adiantar até agora é que as informações são totalmente contraditórias, não condizem com o teor do que foi denunciado pelas vítimas. Nós precisamos analisar esse material com calma”, disse o deputado Arnaldo Jordy em entrevista.
Explicações
De acordo com o parlamentar, o próximo passo da CPI será, a partir das informações prestadas pelos presos, consultar os outros membros da comissão para avançar no processo de investigação, ouvir os esclarecimentos da Norte Energia e do Consórcio Construtor Belo Monte, para, ao final, pedir o indiciamento de todos os envolvidos no caso.
 “A avaliação preliminar que pode ser feita é que o tráfico de pessoas está caracterizado de fato. Mas precisamos ainda buscar esclarecimentos com a Norte Energia e o CCBM porque não acreditamos que eles ignorem uma situação grave como essa ou pior, que isso esteja acontecendo tendo a conivência deles”, esclareceu Jordy.
 Ainda segundo Jordy, após a audiência pública realizada na Câmara Municipal de Altamira, no sudoeste paraense, na manhã da última segunda-feira (25), os deputados visitaram, pela tarde, as instalações do canteiro de obras de Belo Monte e lá constataram a existência de uma boate. “O que vimos foi aterrador: quartos que eram verdadeiros cubículos sem janelas, um calor infernal, portas com fechaduras que abriam apenas pelo lado de fora, condições inóspitas e totalmente degradantes para a vida humana”, revelou o deputado.
Fonte/Foto: G1/Glaydson Castro

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