'FOI UM ATO DE CORAGEM', DIZ ARCEBISPO DE BELÉM SOBRE RENÚNCIA

Dom Alberto Taveira comentou a renúncia de Bento XVI.

Arcebispo diz que Papa já dava indícios sobre saída da função.

O arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Correa, fez um pronunciamento nesta segunda-feira (11) sobre a renúncia do Papa Bento XVI. Anunciada na manhã desta segunda, a renúncia surpreendeu a comunidade católica mundial.

Dom Alberto informou que, apesar da surpresa, a renúncia de Bento XVI era uma possibilidade. Nos últimos meses, o arcebispo de Belém conta que encontrou duas vezes com o papa. "Em novembro do ano passado, tive a impressão de que ele estava muito debilitado, com dificuldades para entrar nas cerimônias e subir as escadas. Mas em janeiro, a situação era mais animadora, já o via positivamente", lembra.

Sobre a notícia da saída de Bento XVI, Dom Alberto se mostrou tão surpreso quanto a comunidade católica, apesar dos indícios de fragilidade do pontífice. "Quando eu soube, fui surpreendido. Mas no meu interior eu tive a consciência da coragem e da personalidade desse homem. Penso ser um grande exemplo, essa coragem", disse o arcebispo de Belém.

De acordo com o arcebispo de Belém, a renúncia de um papa está prevista na legislação da igreja. "O Papa só é Papa porque é bispo de Roma. Renunciando a um, consequentemente renuncia-se ao outro. Agora, os próximos dias serão de especulação, até que seja escolhido o novo papa", afirma.

Entenda o caso

O Papa Bento XVI vai renunciar a seu pontificado em 28 de fevereiro. Bento XVI anunciou a renúncia pessoalmente, falando em latim, durante um encontro de cardeais na manhã desta segunda-feira (11).

O Vaticano afirmou que o papado, exercido pelo teólogo alemão desde 2005, vai ficar vago até que o sucessor seja escolhido, o que se espera que ocorra "o mais rápido possível" e até a Páscoa, segundo o porta-voz Federico Lombardi.

Em comunicado, Bento XVI, que tem 85 anos, afirmou que vai deixar a liderança da Igreja Católica Apostólica Romana devido à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer as obrigações do cargo.

Fonte/Foto: g1.globo.com/Ingrid Bico