AMAZÔNIA TERÁ TORRE CIENTÍFICA DE 320 M NO FIM DO ANO, PREVÊ DIRETOR DE PROJETO
Torre de 82 metros na
Amazônia que está gerando
dados científicos desde janeiro de 2012
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Uma torre de 320 metros de
altura para pesquisas científicas deve ser instalada na Amazônia em dezembro
deste ano, conforme previsão feita ao G1 pelo coordenador brasileiro do
projeto, Antonio Ocimar Manzi, pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia).
Batizado de Observatório
Amazônico com Torre Alta (ATTO, na sigla em inglês), o projeto é uma cooperação
entre os governos do Brasil e da Alemanha, e terá investimento inicial de R$ 22
milhões, diz o dirigente. Dessa verba, R$ 10 milhões virão do Ministério da
Ciência e Tecnologia brasileiro, R$ 10 milhões do governo alemão e R$ 2 milhões
do governo do estado do Amazonas.
"É um projeto de
longo prazo para o monitoramento da Amazônia", ressalta Manzi. A logística
de preparação do programa é complexa, e o prazo será mantido se não ocorrerem
atrasos, diz o professor de física atmosférica da USP, Paulo Artaxo, que também
participa do ATTO.
Torre Eiffel
A estrutura vai ser
ligeiramente mais alta que a Torre Eiffel, símbolo de Paris, na França, diz o
professor da USP. Ele ressalta, no entanto, que as duas torres têm finalidades
muito distintas. A que vai ser montada na Amazônia ajudará a estudar a
composição química da atmosfera sobre a floresta, principalmente sobre os
níveis de CO2, além de elementos como nitrogênio e fósforo, ressalta Manzi.
Algumas linhas de pesquisa
vão envolver também a formação de nuvens e o regime de chuvas na Amazônia; a
troca de matéria e energia entre a biosfera e a atmosfera na área da floresta;
estudos sobre ecologia, como a vegetação da mata, os nutrientes e composição do
solo, entre outros temas.
Além da torre de 320
metros, serão construídas quatro torres auxiliares, em formato de cruz, a cerca
de 100 metros de distância da estrutura principal. Elas terão 80 metros de
altura, de acordo com Artaxo.
Quanto mais alto, melhor
Torre de monitoramento
meteorológico instalada na Sibéria
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Já existem outras torres
de pesquisa construídas na Amazônia, com tamanhos menores - de 65 a 85 metros
de altura, aproximadamente. Uma delas tem 82 metros e está gerando dados
científicos desde janeiro do ano passado, segundo o coordenador do ATTO.
"Quanto mais alto medirmos, mais a gente vai saber o que o vento está
trazendo. Virão contribuições [em termos de dados sobre a atmosfera, por
exemplo] de distâncias maiores", diz Manzi.
Artaxo pondera que o
"footprint" da torre de 320 metros, isto é, a capacidade de medir
dados originários de longas distâncias, vai ser de cerca de 1.000 km,
dependendo da velocidade do vento.
Pelo menos 30 anos
As torres do ATTO estão
sendo instaladas em uma área da floresta amazônica a 150 km a nordeste de
Manaus, seguindo uma linha reta, diz o coordenador do programa. "Este é um
projeto de pelo menos 30 anos de duração", afirma ele.
Na avaliação de Manzi, a
torre é uma das maiores do mundo entre as construídas especificamente para fins
científicos.
Um programa similar ao
ATTO, com objetivo de fazer monitoramento meteorológico, está sendo realizado
na Sibéria já há alguns anos - uma torre de 300 metros de altura foi instalada
na região do pequeno povoado de Zotino, que fica a cerca de 3 mil km da capital
da Rússia, Moscou, também em parceria com a Alemanha.
Mas o projeto brasileiro,
do ponto de vista científico, "vai ser mais completo", diz Manzi. Ele
considera que o ATTO vai se tornar referência mundial em pesquisas sobre florestas
tropicais, já que não há programa igual sendo executado neste tipo de
ecossistema.
Fonte/Fotos:
Rafael Sampaio – Globo Natureza, em SP/Divulgação - ATTO
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