PARÁ LIDERA CASOS DE TRABALHO ESCRAVO NO PAÍS EM 2012


Segundo o MTE, 22 resgates de trabalhadores foram feitos no estado.
Pecuária e agricultura são setores que mais exploram mão-de-obra.
Em relatório produzido no dia 15 deste mês e divulgado para a imprensa na última terça-feira (22), o Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego informou que em 2012, 2.560 trabalhadores foram encontrados em condições análogas à de escravo em todo país. Ao todo foram 135 operações registradas pela Secretaria  de Inspeção do MTE no ano passado. Somente no estado do Pará, 22 operações resultaram no resgate de mais de 500 trabalhadores expostos a condição análoga a de escravo. A pecuária foi o setor onde mais houve resgates, seguida por atividades ligadas ao plantio.
As condições em que os trabalhadores são econtrados envolvem restrições à liberdade, a falta de pagamento ou descontos indevidos do salário mensal, além dos demais direitos assegurados pela legislação trabalhista. O Grupo Móvel vem atuando nos últimos 15 anos, em conjunto com a Polícia Federal (PF) e Ministério Público do Trabalho (MPT), para combater esse tipo de relação trabalhista ilegal. As equipes têm a missão de apurar denúncias, resgatando trabalhadores e punindo os empregadores flagrados pelos auditores-fiscais do trabalho explorando trabalhadores.
Em Marabá, no sudeste paraense, o problema será discutido nesta sexta-feira (25) durante o seminário "História, cidadania e ensino: olhares e reflexões sobre a problemática do trabalho escravo contemporâneo", realizado de 8h às 18h no campus universitário da Universidade Estadual do Pará (UEPA), no município. O debate é organizado pelo Grupo Interinstitucional de Erradicação do Trabalho Escravo (Gaete).
De acordo com o Gaete, desde 1995, o trabalho da Comissão Pastoral da Terra, Polícia Federal e Ministério Público Federal tem estimulado que os casos de trabalho escravo sejam denunciados. "Os trabalhadores confiam nessas instituições para o oferecimento de denúncia. Em síntese, os trabalhadores aprenderam a denunciar", afirma Alexandre Lyra, do Gaete.
Ainda segundo Lyra, ainda que a cultura de manter trabalhadores em situação análoga à escravidão persista no estado, a fiscalização e o combate a esse tipo de situação tem se tornado cada vez mais contundente. "Ainda que pensem que 'driblam a lei', eles não são capazes de escapar da inspeção do trabalho. Os Auditores Fiscais do Trabalho, quando das ações fiscais, apuram e descartam qualquer tipo de fraude à legislação trabalhista", garante.
Fonte: g1.globo.com

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