A PROPÓSITO DO FIM DO MUNDO ...


O MUNDO ACABOU SIM
Prezados,
Desde ontem vimos, em abundancia, a zombaria e o desprezo das ditas "pessoas inteligentes", como jornalistas globais, filósofos de botequim, psicanalistas famosos, sociólogos e socialistas de todo tipo, a "elite inteligente" do país e do mundo, todos rindo às gargalhadas dos "esotéricos", dos "milenaristas" e de tudo que tem a ver com as previsões de ciclos e de inícios de fins de ciclos, conforme o calendário maia, Nostradamus, etc..
Por um lado, os ditos esotéricos caem em interpretações literais de coisas que precisam ser entendidas num sentido sutil - e ficam esperando que haja uma manifestação espetacular e indiscutivelmente evidente de fim do mundo. Em ocultismo, toda interpretação ao pé da letra, literal, até prova em contrário, é falsa. Sempre há um sentido sutil por trás, que é o verdadeiro. Assim, entender um texto maia esotérico sobre o tempo ao pé da letra é trair e não compreender o sentido da linguagem oculta deste povo, ou de qualquer outro - como a linguagem Bíblica, por exemplo, que também fala em apocalipse, fim dos tempos, Armagedon, etc.. Ao serem "desmascarados" por um "nada aconteceu" isto reforça o cinismo, o materialismo, a niilismo e a arrogancia dos céticos que, como disse um jornalista "não acredito em nada" (nem em si mesmo, eu completaria). E isto marca um ponto para o niilismo e a inconsequencia da nossa cultura moderna tecnológica que depreda o planeta, mata tudo que é vivo, polui tudo, e mais uma vez se depara com "nada acontece, o planeta não reage, não se sacode, podemos continuar destruindo à vontade e quem disser o contrário é ingenuo e idiota". Os céticos venceram os crédulos, ou pensam que venceram. Um erro extremo de natureza ahrimânica, de um lado, outro erro de natureza luciférica, de outro.
Outro dia, vi a reportagem mais inteligente que já tinha visto sobre o calendário maia e o 21 de dezembro 2012. Primeiro, a maioria das pessoas não se deu conta que o 21 de dezembro marcou o solstício do verão - entramos no verão (inverno no hemisfério norte). E isto é um fim de um ciclo, como entendiam os maias, tanto quanto outros povos antigos. E começa outro ciclo, fim da primavera, início do verão. Mas o calendário maia não falava só disto, muito mais do que isto. Nessa reportagem citada, o jornalista, em perfeito equilíbrio entre um cético inteligente e um crédulo cuidadoso, entrevistou pessoas inteligentes pelo mundo todo que entendiam o fim do ciclo de uma forma mais sábia. Resumindo é o seguinte:
Começou já há alguns anos um declínio do capitalismo e da postura gananciosa de vencer e ficar rico e o resto que se F... A crise vai ensinar e incrementar este declínio, esta crise, e como sair dela. Por isto, fala-se em crise econômica da União Européia, a crise da economia norte-americana, a troca de lugar entre nações dominantes, agora surgindo países emergentes, como Brasil, India e China, por exemplo. Estamos em plena Revolução economica, que implica também ou vem junto com uma revolução de valores, de cultura, de posturas. A poluição, o aquecimento global, a loucura do clima, tufões, furacões, terremotos, tsunamis, indicam que o planeta está sofrendo e tentando reagir, e isto tem a ver com a loucura da produção industrial, excesso de automóveis, de fábricas, de poluentes e sua consequencia. E o sofrimento do planeta produz o sofrimento humano, mortes, perdas, prejuízos. E isto deverá, a longo prazo mudar, ajudar a mudar as mentalidades - já que não pela consciência, vai pelo sofrimento. E isto é o fim do ciclo do capitalismo selvagem, para um capitalismo ou qualquer outra coisa mais humana, mais sustentável. Fala-se já em substitutos para o combustível fóssil, porque este vai acabar e polui, fala-se do excesso de automóveis e da reforma necessária em direção ao transporte coletivo com combustível limpo - energia solar, energia produzida por água, etc..Fala-se em alimentação orgânica e permacultura, porque as pessoas estão vivendo mais tempo sim, mas estão cada vez mais doentes - e isto causa prejuízos aos cofres dos serviços de saúde (porque este tipo de indivíduo, o burocrata, o político e o grande empresário, eles aprendem não com o sofrimento humano (dos outros), mas com o prejuízo, quando o dinheiro falta, aí eles sofrem e pensam em alguma saída). E a saída é aprender com os índios, sem ser índio: uma vida mais simples, a revolução verde, o orgânico, o respeito ao meio ambiente, a despoluição. A doença coletiva, as verbas gastas em tratamentos de pessoas com psicoses, câncer, diabetes, e toda doença da civilização, se tornam excessivos. E isto força as pessoas, pelo sofrimento, a um estilo de vida mais simples, mais espiritualizado - a neurose urbana leva as pessoas a procurar técnicas de meditação, a lerem sobre zen budismo, ioga, antroposofia, Jung. Uma nova espiritualidade que nem é oriental, nem ocidental, nem do norte, nem do sul, mas uma síntese nova, começa a despontar no ar. A arte fica cansada de criticar e de expressar a convulsão do non sense e busca novas formas estéticas que repercutam uma nova postura espiritualizada e ecologica do homem do século XXI.
Não nos iludamos, não é o Paraíso da Nova Jerusalém onde os leões deitam-se ao lado das ovelhas, como diz a Bíblia, ainda não é isto. Ainda haverá choro e ranger de dentes, ainda veremos guerras estúpidas, crimes. Ainda veremos, indignados, filhos do mal destruindo, provocando sofrimento, ditadores idiotas fora do tempo, ainda conviveremos com o crime, a corrupção, porque o mal ainda não foi purgado do planeta, isto leva tempo. Toda legítima transformação requer tempo, não ocorre de uma vez - antes fosse um fim do mundo abrupto que resolvesse tudo. Os deuses não fazem as coisas facilmente assim para nós. Eles nos enviam para o caminho mais dificil, através do tempo, ciclos e outros ciclos, começam ciclos, terminam ciclos, e assim vamos.
Agora, vamos tentar nos sintonizar com o pós2012. Um cientista americano desenvolveu uma cepa de cogumelos que come petróleo, e assim poderá despoluir os mares. Movimentos como o Avaaz despertam e militam pela consciencia comum, enquanto o Greenpeace e outros afins militam por uma postura de compaixão e respeito planetário. Produtores orgânicos estão cada vez presentes no mercado, assim como os permaculturistas, os praticantes do slow food, os meditadores, como militantes de um mundo melhor, mais humano, mais ecológico, mais espiritual, onde o dinheiro é apenas meio e nunca fim, onde a vida é sagrada, onde o planeta é Mâe Terra, um ser vivo - e não "espaçonave terra", uma máquina.
Os cínicos de plantão não viram, o fim do mundo está acontecendo na frente de seus narizes, e não viram porque esperavam a mesma coisa ilusória que os esotéricos principiantes, algo evidentente e espetacular...e o sutil, nem todo mundo vê.
Amigos, Viva La Revolución!
Abaixo o Sistema. Viva o novo Sistema do homem.
Os mais tinham razão.
Namastê
Wesley

Fonte: Texto do dr. Wesley Aragão, médico, doutor em Antropologia e Artista Plástico, através do grupo de Estudos Antroposóficos “GEPAK”.


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