PRAIA EM MANAUS PODE SER INTERDITADA APÓS 13 MORTES
O Ministério Público do
Amazonas recomendou ontem a interdição imediata de um trecho da praia da Ponta
Negra, a maior área de lazer popular da cidade de Manaus, onde 13 pessoas
--incluindo uma criança-- morreram afogadas nos últimos cinco meses.
A Promotoria baseou-se em
um laudo técnico do Serviço Geológico do Brasil, ligado ao Ministério de Minas
e Energia, que também recomendava que a Prefeitura de Manaus interditasse a
praia.
O documento afirma que um
aterro feito pela prefeitura provocou bancos de areia e buracos com
profundidade superior a seis metros.
"O banhista está com
água na cintura e, de repente, entra numa vala", afirma o engenheiro André
Luís Martinelli dos Santos, autor do estudo. Segundo ele, o aterro está
totalmente irregular.
A obra fez parte de um
pacote de revitalização da praia ao custo de R$ 29 milhões, promessa de
campanha do prefeito Amazonino Mendes (PDT). A praia natural recebeu 2,4 mil
metros cúbicos de areia, para não ser coberta pelas águas do rio Negro.
As mortes começaram a ser
registradas no mês de julho, após a inauguração do aterro. O Corpo de Bombeiros
chegou a interditar o local, mas recuou.
O secretário municipal de
Planejamento Urbano, Manoel Ribeiro, declarou à imprensa local que os mortos
eram bêbados.
"Os caras bebem e vão
mergulhar. É claro que vão morrer afogados. A prefeitura não pode ser babá de
bêbados", afirmou Ribeiro.
O Ministério Público cobra
que a prefeitura corrija o problema e diz que, se a recomendação não for
acatada, entrará com uma ação na Justiça. Procurada, a prefeitura não se
manifestou.
Fonte/Foto:
Kátia Brasil – folha.uol.com.br/quetalviajar.com
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