POLÍCIA DO PARÁ ABRE NOVAS APURAÇÕES NO CASO DOROTHY STANG
A Polícia Civil do Pará abriu duas investigações para
apurar o suposto envolvimento de um delegado na morte da missionária Dorothy
Stang (foto), em 2005.
O objetivo é descobrir se Marcelo Luz, á época
delegado de Anapu (766 km de Belém), município onde a religiosa foi morta,
forneceu a arma que foi usada no crime.
Ativistas descartam chance de anulação do julgamento
do caso Dorothy
A polícia quer saber
também se Luz cobrava propina dos fazendeiros para expulsar agricultores que
invadiam propriedades da região.
Em entrevista à Folha,
publicada ontem (19), o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado
como mandante da morte, afirmou que o delegado lhe pediu R$ 10 mil em troca da
proteção de sua propriedade contra invasores ligados à Dorothy.
As informações sobre o
suposto envolvimento do delegado só vieram a público neste ano e, por isso, no
fim de agosto, a polícia abriu as investigações. Ambas tiveram seus prazos
prorrogados.
Uma das investigações
corre no âmbito administrativo, que pode acarretar punições na corporação.
Outra investigação é policial, que pode resultar em denúncia contra o delegado
na Justiça.
Marcelo Luz atualmente
está lotado na delegacia de Viseu (307 km de Belém).
A assessoria da Polícia
Civil diz que o delegado não se pronuncia sobre o caso. Anteriormente, ele já
havia negado essas acusações.
A origem da arma que matou
Dorothy, um revólver calibre 38, é uma das lacunas do caso. A PF descobriu que
ela foi comprada em uma loja de armas em Alagoas, mas não conseguiu rastrear
como a arma chegou até Anapu.
A arma foi usada por
Rayfran das Neves Sales para dar seis tiros à queima-roupa na missionária. Ele
confessou o crime, em coautoria com Clodoaldo Batista. Ambos foram condenados.
Rayfran trabalhava para o
fazendeiro Amair Feijoli, conhecido como Tato. As terras de Tato eram visadas
por Dorothy para serem transformadas em assentamento rural. Tato confessou ter
dado a arma usada por Rayfran.
O que faltou descobrir foi
como essa arma chegou a Tato. Em março, ele disse à revista "Época"
que o delegado Marcelo Luz lhe deu a arma para que se protegesse de invasões em
sua terra.
Após a entrevista, o
policial federal Fernando Raiol, que participou das investigações sobre o caso,
registrou em cartório depoimento confirmando a história. Raiol disse ainda que
Bida é inocente. A defesa do fazendeiro tenta anular sua condenação.
Fonte/Foto:
folha.uol.com.br/Carlos Silva
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