ADVOGADO TENTA EXTORQUIR MÁRIO COUTO, QUE REAGE
O senador Mário Couto
(PSDB-PA) foi vítima de extorsão pelo advogado Paulo Hermógenes, de Belém, e o
que pode ser ainda mais grave: o pedido de propina, no valor de R$ 400 mil,
teria partido do titular da 1ª Vara de Fazenda Pública de Belém, no caso o juiz
Elder Lisboa da Costa. A tentativa de extorsão foi gravada pelo próprio
senador, em sua residência na capital paraense, durante uma longa conversa com
o advogado, que disse estar ali representando o juiz.
A denúncia foi estampada
na primeira página do jornal paraense O Liberal, na edição de domingo, 18, e
nesta terça-feira, 20, foi levada à tribuna por Mário Couto. Na ocasião, ele
encaminhou ofício à Mesa Diretora, pedindo ao Senado para que determine à Polícia
Federal "a adoção de medidas investigativas, objetivando não só a apuração
e elucidação dos acontecimentos bem como a responsabilização dos
culpados". O ofício foi recebido pelo presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), que, por sua vez, já encaminhou ao ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, o pedido de apuração dos fatos.
Segundo diz o advogado
Paulo Hermógenes na gravação, com o pagamento dos R$ 400 mil o juiz Elder
Lisboa retiraria Mário Couto do processo que apura desvio de recursos na Assembleia
Legislativa do Pará (Alepa), a partir de 2003, ano em que Mário Couto foi
eleito presidente daquela Casa, sendo reconduzido ao cargo no biênio 2005/2006.
O caso vem sendo apurado pelo Ministério Público do Pará, que até hoje não
conseguiu provar o envolvimento do hoje senador tucano nas irregularidades.
Na semana passada, Couto
fez questão de, pessoalmente, mostrar o CD da gravação para a magistrada, que,
segundo o senador, ficou estarrecida. O senador também vai enviar ofícios ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
para que apurem o crime.
Na gravação, diante de uma
contraproposta de Couto para que os R$ 400 mil sejam parcelados em quatro
vezes, o advogado Paulo Hermógenes chega a ser enfático ao dizer que o juiz
somente aceitaria parcelar o valor em duas vezes. "Ele (o juiz) quer 50%
antes e 50% na decisão", insiste Hermógenes.
Da tribuna, com o CD em
mãos, Mário Couto relatou a situação por qual passou e voltou a enfatizar que,
em nenhum momento, na entrevista ao jornal O Liberal, acusou Elder Lisboa de
ser o beneficiário da extorsão. "Eu nunca questionei que foi V. Exª que
mandou (exigir propina), mas, aqui, doutor, nesta fita, consta o nome de V.
Exª, e não é por uma vez, doutor, são por várias vezes que consta o nome de V.
Exª. E o advogado é muito claro nessa fita. Ele diz que são R$ 400 mil e que o
juiz quer receber de duas vezes. Não sou eu, doutor, não sou eu, meu caro Elder
Lisboa, não sou eu que digo isso, é o advogado que diz isso nessa fita. E eu fiz
o meu dever de senador da República. Eu fiz minha obrigação", reagiu o
parlamentar tucano.
Para Couto, cabe ao juiz
provar que teve o nome usado pelo advogado Hermógenes. "Defenda a sua
honra, como eu defendo a minha. Defenda, mas não jogue para cima de mim a
culpa. Que culpa tenho eu, meu caro Elder Lisboa? Será que V. Exª achava por
bem eu guardar esse fato? Será que V. Exª ficou chateado porque eu procurei o
Tribunal de Justiça? Um tribunal sério, um tribunal honesto, que não pode ser
maculado pela atitude ou erros isolados dentro da sua administração, se é que
V. Exª errou. Procure provar que não. Eu estou dentro dos meus direitos. Eu fui
desrespeitado. Eu fui ofendido".
Fonte/Foto:
Assessoria Senador Mário Couto
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