PROJETO QUILOMBO COMEMORA AVANÇOS NA PREVENÇÃO DO CÂNCER
Depois de combater fortemente a desnutrição infantil entre as crianças de comunidades quilombolas situadas no Trombetas, o Projeto Quilombo, desenvolvido em parceria pela Mineração Rio do Norte, Fundação Esperança e Prefeitura de Oriximiná, comemora novos avanços na saúde preventiva. O trabalho de prevenção dos cânceres de colo do útero e de próstata revela uma mudança gigantesca no comportamento dessas comunidades e uma quebra de tabus em prol da saúde. Cerca de 70% das mulheres cadastradas no projeto já fazem o teste Papanicolau e 15% dos homens já optam pelo controle do câncer de próstata.
Em
2000, quando o projeto iniciou suas atividades e passou a atender 23
comunidades semi-isoladas das margens do rio Trombetas, apenas 0,2% das
mulheres faziam o exame preventivo do câncer do colo do útero. Os motivos eram
a falta de acesso à medicina, ocasionada principalmente pela distância das
comunidades até o ambulatório médico localizado na sede do município, e a falta
de informação sobre a importância da coleta anualmente. “Era muito comum as
mulheres justificarem a abstinência sexual aos seus maridos em virtude do
exame, por algum tempo. Então, os homens não queriam que elas fizessem o
preventivo. Mas, com orientação e a presença do projeto nas comunidades, o
acesso ficou mais fácil e essa realidade vem mudando. Hoje, elas são orientadas
e não usam o exame como desculpa para não terem relações com seus parceiros”,
conta a coordenadora do projeto, Ethel Soares.
O
exame de controle do câncer de próstata, por sua vez, é mais recente. O
trabalho para esse público começou em 2011, mas já apresenta excelentes
resultados. A procura por atendimentos entre os homens de 40 anos ou mais foi
de 15% no primeiro ano, embora o número de exames preventivos realizados ainda
seja pequeno.
A
coordenação do projeto considera o aumento da procura pelos exames preventivos
uma quebra de barreiras. “É um marco na saúde de homens e mulheres e resultado
de um trabalho que foi capaz de perceber que era preciso trabalhar o gênero
nessas comunidades”, completa Ethel. Por uma questão de respeito à forma de
vida e cultura dos povos quilombolas, o projeto Quilombo encontrou uma forma
simples de fazer a informação chegar com eficiência. “Temos um projeto de
extensão que trabalha a educação para a saúde de homem para homem e de mulher
para mulher realizado com o Instituto Esperança de Ensino Superior. O projeto
conseguiu reconhecer essa peculiaridade que é da própria etnia. Não adianta
colocar uma mulher para orientar os homens, nem o inverso, senão, eles não
falam o que pensam”, resume.
A
meta agora é alcançar 75% de exames realizados em homens para 2013 e atingir um
número cada vez maior de mulheres conscientes.
Câncer - O câncer do colo do útero é o segundo tipo de tumor mais frequente
entre mulheres e responsável pelo óbito de aproximadamente 230 mil pacientes
por ano no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no ano
de 2012, o Brasil deverá registrar 17.540 casos novos de câncer do colo do
útero, com um risco estimado de 17 casos a cada 100 mil mulheres. A incidência
desse tipo de doença é cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos
quando comparada aos países mais desenvolvidos.
O projeto Quilombo contempla ainda atividades
de educação em saúde, que incluem orientações sobre aleitamento materno;
alimentação complementar; higiene e tratamento de água; prevenção de doenças
como diarréia, infecção urinária e câncer no colo do útero e próstata; bem como
informações sobre a importância das vacinas e do planejamento familiar.
Fonte: Érica Bernardo - Assessoria de Comunicação - MRN
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