PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL COMEÇA A DAR FRUTOS
Agricultores rurais das comunidades Boa Nova, Saracá, Castanhal e Casinha, localizadas em Oriximiná, no oeste paraense, entram 2012 com boas expectativas para o lançamento em escala comercial dos frutos cultivados no projeto Sistemas Agroflorestais (SAFs). Um passo representativo para a comunidade local, que há seis anos trabalha para substituir o sistema de cultivo tradicional, no qual a floresta é derrubada, por um sistema sustentável de produção. O trabalho é uma iniciativa da Mineração Rio do Norte (MRN) em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).
O processo de substituição do cultivo tradicional é lento, contudo compensador, segundo o técnico da Emater, Alexander Valente. “O processo comercial é gradativo porque ainda existe a cultura de subsistência, na qual agricultor usa a mata toda em capoeira e depois, quando não consegue mais produzir, vende a área para fazendeiros e se desloca para as cidades. Os SAFs, ao contrário, enriquecem a propriedade, valorizam a produção e fixam o agricultor no campo”, ressalta.
O tempo de produção de cada cultura varia bastante. A castanheira, por exemplo, leva cerca de oito anos para dar os primeiros frutos. Já o limão, a laranja e a graviola levam um tempo menor, de dois a três anos para começar a produzir.
O tempo de produção é um desafio grande para a implantação dos SAFs, por isso, o projeto Sistemas Agroflorestais tem investido, principalmente, na capacitação dos agricultores. Os 15 produtores que participam do projeto já participaram de cursos sobre sustentabilidade florestal, educação ambiental, produção de mudas, processamento de frutos, organização social e técnicas de melhoramento de produção da farinha. Nesse último curso, eles aprenderam a fabricar dez tipos de farinha e passaram a atender com maior variedade o mercado local.
A adoção dos SAFs, além de preservar a floresta, tem como vantagem a recuperação de áreas já degradadas. “Um agricultor desmata, em média, cerca de dois hectares por ano. Então, os 15 produtores envolvidos no projeto, juntos, desmatariam 30 hectares anualmente. Usar os SAFs é um bom começo”, sinaliza Alexander.
O projeto Sistemas Agroflorestais faz parte do Programa de Educação Socioambiental da MRN e representa mais um passo na multiplicação de práticas sustentáveis na região do oeste paraense.
Fonte: Érica Bernardo - Assessoria de Comunicação – MRN

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