INPA E WSPA PROMOVERÃO CAMPANHA MUNDIAL CONTRA MATANÇA DE BOTOS NA AMAZÔNIA
Uma das maiores entidades de defesa dos animais do planeta, a WSPA (sigla em inglês de Sociedade Mundial de Proteção Animal), articula em Manaus uma campanha nacional e mundial para acabar com matança do boto-vermelho e do boto-cinza, também conhecido como boto tucuxi.
Segundo dados do projeto Boto, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a população de golfinho amazônico, sobretudo o vermelho, vem reduzindo drasticamente em algumas calhas da bacia amazônica.
Junto com pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a WSPA quer chamar a atenção da sociedade para a conexão entre o abate do boto e a pesca da piracatinga, peixe que no mercado consumidor é rebatizado de douradinha.
A piracatinga é um peixe pouco apreciado na região, mas cuja exportação vem aumentando nos últimos anos. Entre os ribeirinhos, ele também é conhecido como urubu d´água e tem o hábito de comer carniça.
Outra medida para interromper o abate do boto é a necessidade de se regulamentar a pesca da piracatinga, que não é proibida pelos órgãos ambientais, mas a maneira como a espécie é capturada é considerada ilegal – a carne do boto serve como isca na pescaria.
Crueldade
O plano de ação começou a ser definido em reunião que aconteceu nesta terça-feira (18), no Inpa, com órgãos ambientais e de fiscalização. Foram convidados Ibama, ICMBio, Ipaam, entre outros.
A gerente de desenvolvimento da WSPA no Brasil, Elizabeth Mac Gregor, disse o plano de ação vai compreender vários elementos. Um deles é a campanha de conscientização e de informação junto ao público que não sabe que os botos estão sendo mortos porque servem de isca para peixes.
“Muita gente não sabe que está comendo um peixe que foi capturado com a morte do boto”, disse Elizabeth.
A gerente da WSPA afirmou ainda que há duas vertentes que preocupam a entidade: a conservação da espécie e o sofrimento a que ela é submetida.
“É preciso evitar a matança não apenas pela enorme crueldade que é praticada contra o animal, mas porque todos os cetáceos são reflexos da saúde ambiental da área. Temos, então, preocupação com a conservação da espécie, mas também com o sofrimento dela”, disse Elizabeth.
“A gente quer tomar medidas concretas. Sair da reunião com compromisso das instituições”, afirmou.
Outra medida prevista é uma petição nacional para arrecadar assinaturas para que o Ministério da Pesca tome providências no processo de captura da piracatinga
FONTE: acritica.com FOTO: Divulgação/Inpa
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