REABRIR ESCOLAS É GENOCÍDIO



É uma temeridade o governo do Pará e as prefeituras autorizarem o retorno às aulas presenciais da rede pública de ensino. É o mesmo que mandar os estudantes à morte. Nem as escolas particulares têm infraestrutura adequada ao necessário distanciamento e às medidas de contenção epidemiológica.  Em um Colégio da Gentil, por exemplo, as turmas têm 55 estudantes, espremidos em um prédio que nem dispõe de quadras de esporte, jardins, lounge ou outras áreas de lazer com o devido espaço, apesar da mensalidade cara e de a lei não permitir tanta gente em uma sala de aula. Além do que, pela própria idade, crianças e adolescentes tendem a se aglomerar. Sem falar nas creches, já que os bebês de até 2 anos não podem usar máscaras.
Anteontem, em debate virtual entre a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) e o Instituto Butantã, com a participação de diversos especialistas, o matemático Eduardo Massad, professor titular da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas, afirmou categoricamente que o Brasil não deve reabrir escolas. "As aulas absolutamente não podem voltar nem em setembro. Eu fiz hoje as contas sobre isso. Nós temos hoje no Brasil 500 mil crianças portadoras do vírus zanzando por aí. Se você reabrir agora em 1o de agosto, mesmo usando máscara, mesmo botando distância de dois metros, no primeiro dia de aula nós vamos ter 1.700 novas infecções, com 38 óbitos. Isso vai dobrar depois de 10 dias e quadruplicar depois de 15 dias. Então, abrir as escolas agora é genocídio".
Através de fórmulas matemáticas, Eduardo Massad afirmou que  a reabertura precipitada das escolas no Brasil pode fazer o país  saltar de 300 mortes de crianças abaixo de 5 anos para 17 mil até o final do ano. "Quantas crianças morreram por Covid hoje no Brasil? Alguém tem ideia? Trezentas e poucas crianças abaixo de 5 anos morreram no Brasil. Se a gente reabrir as escolas, nós vamos chegar a 17 mil. São 17 mil crianças que vão morrer e não precisariam morrer. Todo o resto dos problemas vocês conseguem dar um jeito e resolver. Perder 17 mil crianças não há solução possível. Nós estamos falando de vidas. Se perder um ano, ninguém vai morrer por isso. Se a gente abrir sem um planejamento muito preciso e um controle muito grande, o que vai acontecer é que vão morrer 17 mil crianças, contra 300 e poucas no curso natural da epidemia, com as escolas fechadas", alertou.

Fonte: Franssinete Florenzano


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