BAIXO AMAZONAS E TAPAJÓS PEDEM SOCORRO!



 Os municípios de todo o Baixo Amazonas e Tapajós, famosos mundialmente pelas águas caudalosas de seus rios e florestas alagadas, enfrentam níveis desesperadores de poluição atmosférica em razão das queimadas. Santarém, Itaituba, Alenquer, Monte Alegre, Placas, Uruará, Mojuí dos Campos, Prainha, Oriximiná, Óbidos, Terra Santa, Faro, Juruti e Almeirim, assim como os municípios da região da Transamazônica, ardem em imensos incêndios cujas labaredas são vistas a quilômetros de distância à noite e de dia ficam cobertos por densa nuvem de fumaça e cinzas. Além da destruição da floresta e de milhares de espécies animais, vidas humanas estão em risco, com número elevado de doenças respiratórias, cardíacas e dermatológicas, sintomas como tosse, inflamação nos olhos e complicações de asma e bronquite, com gravidade maior principalmente para crianças, idosos e pessoas com doenças cardiorrespiratórias. Para piorar ainda mais a situação, a falta de visibilidade causa acidentes nas ruas e estradas.

A qualidade do ar em Santarém, pelo aplicativo Iquair, está classificada como “perigosa”, hoje (29). A plataforma PurpleAir registrou nesta madrugada 458 microgramas por metro cúbico. A Organização Mundial da Saúde estabelece níveis entre 0 e 50 microgramas como aceitáveis para a saúde humana. A emergência ambiental também é uma questão vital de saúde e de segurança pública.
O mais incrível é que o poder público não consegue identificar os responsáveis pelos incêndios, principalmente em áreas rurais. Mas o fogo devora a mata à noite e de manhã surgem os loteamentos e as pastagens. Não é tão difícil ligar os pontos e enxergar o avanço do agronegócio e da especulação imobiliária, à custa da vida da população e do futuro do planeta.
A crise ambiental evidencia a ausência de políticas públicas e a inércia na tomada de providências efetivas.

*Franssinete Florenzano, em Uruá-Tapera

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