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MERCADO FINANCEIRO
 
Petróleo avança mais de 4%, mas Petrobras fica para trás. É que Bolsonaro "previu" redução nos preços dos combustíveis e agora CVM investiga vazamento de informações.
 
 
Por Tássia Kastner
 
 
O Ibovespa hoje ouviu as instruções dos comissários, apertou os cintos e se preparou para uma decolagem exemplar: subiu 1,70% e fechou a segunda-feira a 106.859 pontos. Com a alta de hoje, a bolsa engatou o terceiro pregão seguido de valorização, o que ajudou o índice a se afastar da assombração dos 100 mil pontos.
 
A alta foi puxada pelas primeiras avaliações um pouco mais firmes sobre os riscos da variante Ômicron. E elas dizem que a nova forma do coronavírus deve ser mesmo mais contagiosa, porém menos letal que suas antecessoras. A notícia é excelente para o turismo já que isso diminui o ímpeto de países para fechar fronteiras e mantém as pessoas um pouco mais confiantes para planejar uma viagem.
 
Nisso, as empresas da bolsa ligadas ao setor lideraram os ganhos. A maior alta foi a da Gol, com valorização de 11,34%, seguida pela Azul (+10,57%). A Embraer ganhou 5,64%, enquanto a CVC subiu 5,87%. À exceção da Embraer, todas acumulam perdas no ano, uma demonstração de que investidores até ficaram aliviados com a notícia menos pior da Ômicron, mas ainda veem um longo caminho pela frente para a volta dos lucros que fazem brilhar o olho do acionista.
 
É que, fora essa boa notícia da Ômicron, o cenário continua turbulento. Investidores hoje escolheram ignorar a alta de mais de 4% nos preços do petróleo, o que encarece o custo do querosene de aviação e aperta as margens do setor. No caso das companhias brasileiras, há ainda o problema do dólar, que ignorou o que seria um dia de menor risco e subiu mesmo assim. Fechou a R$ 5,6903.
 
Petro para trás
 
Das 92 ações do Ibovespa, 70 subiram. Entre elas está a Petrobras. Seria de se esperar uma alta robusta em um dia de valorização do petróleo. No fim, foi um ganho bem modesto: +0,45%.
 
É que no final de semana, o presidente Jair Bolsonaro disse que a estatal estava preparando uma redução nos preços dos combustíveis depois que o petróleo deu uma arrefecida no mercado internacional. O problema é que Bolsonaro não deveria saber disso.
 
A Petrobras negou, em comunicado ao mercado, que houvesse uma decisão tomada. O problema é que a última vez que Bolsonaro disse algo do tipo, dias depois a petroleira fez o que o presidente havia anunciado. A Comissão de Valores Mobiliários, o xerife do mercado, decidiu investigar se há vazamento de informações, podando as asas da estatal nesta segunda.
 
Nada capaz de estragar o voo da bolsa, que ganhou um combustível extra de Nova York. Por lá, as altas desta segunda foram suficientes para zerar as perdas da volatilidade da semana passada (aqui a gente tinha fechado no azul).
Maiores altas
 
Gol (GOLL4) 11,34%
Azul (AZUL4) 10,57%
Braskem (BRKM5) 9,75%
Americanas S.A. (AMER3) 7,26%
Lojas Americanas (LAME4) 6,24%
 
Maiores baixas
Méliuz (CASH3) -11,70%
Rede D’Or (RDOR3) -3,22%
Rumo (RAIL3) -2,76%
Cosan (CSAN3) -2,15%
Hapvida (HAPV3) -1,75%
 
Ibovespa: 1,70%, a 106.859 pontos
 
Nova York
Dow Jones: 1,87%, a 35.228 pontos
S&P 500: 1,18%, a 4.592 pontos
Nasdaq: 0,93%, a 15.225 pontos
 
Dólar: 0,18%, a R$ 5,6903
 
Petróleo
Brent: 4,58%, a US$ 73,08
WTI: 4,87%, a US$ 69,49
 
Minério de ferro: 0,46%, a US$ 102,83 a tonelada no porto de Qingdao, na China

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