SERVIDORES DA SAÚDE DO AMAZONAS PROTESTAM POR MELHORES SALÁRIOS E CONDIÇÕES DE TRABALHO: 'ESTAMOS PEDINDO SOCORRO'

 


Atos foram realizadas em Manaus e Parintins. Estado vivencia aumento recorde de internações por Covid-19.

 

Servidores da Saúde do Amazonas realizaram protestos, na manhã desta quarta-feira (6), para reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Eles denunciam sobrecarga nos hospitais, por falta de funcionários, diante do aumento recorde de internações por Covid-19.

 

Atos foram registrados em Manaus e em Parintins, no interior do estado. Os hospitais voltaram a lotar por conta da Covid-19, e cemitérios da capital chegaram a registrar filas de carros funerários. Até esta terça (5), mais de 5,4 mil pessoas morreram com a doença no Amazonas.

 

Em Manaus, um grupo de cerca de 20 servidores se reuniu em protesto na frente do Hospital 28 de Agosto, uma das principais unidades para tratamento da Covid. Eles informaram que estavam de folga nesta quarta, e reuniram apenas algumas lideranças para evitar aglomeração.

 

"Nós não estamos pedindo nenhum favor, estamos pedindo socorro porque o servidor da Saúde está morrendo", desabafou o técnico em radiologia Gildenor França.

 

O técnico informou há sobrecarga de atividades já que aumentou a demanda de pacientes, mas não a quantidade de funcionários. "Além disso, nós temos as perdas salariais, em que os servidores têm três datas-base atrasadas, e não têm reajuste desde 2012. Então fica impossibilitado do servidor contribuir com a economia sendo que ele não tem o mínimo para sobreviver", disse.

 

Nessa terça, profissionais do Corpo de Bombeiros foram convocados para realizar a triagem de pacientes em uma tenda que foi montada do lado de fora do Hospital 28 de Agosto.

 

Em Parintins, no interior do Amazonas, servidores também protestaram por melhores condições de trabalho e salarial. Eles fizeram manifestações em frente ao Hospital Jofre Cohen e à Catedral Nossa Senhora do Carmo.

 



Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou que iniciou, na 2ª quinzena de dezembro, a sétima convocação de técnicos de enfermagem generalistas, aprovados no Processo Seletivo Simplificado (PSS), para atuarem em unidades de saúde da capital do Amazonas.

 

"A SES informa que só no mês de dezembro já distribuiu, na capital e interior, 17,5 milhões de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) nas unidades de saúde da rede estadual equipamentos estes, certificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A entrega de itens como luvas de procedimento, máscaras, aventais, toucas e pro-pé é feita de forma periódica e controlada por meio de guias de recebimento assinadas pelos servidores", diz a nota.

 

Sobre a valorização do servidor, a SES se limitou a dizer que o assunto faz parte das ações do programa Saúde Amazonas e inclui a retomada das discussões em relação ao Plano de Cargos Carreiras e Remunerações (PCCR) e todos os assuntos que envolvem o tema.

 

Caos nos hospitais do AM

 

Por causa do grande aumento de casos de Covid-19 em Manaus, dois hospitais - Platão Araújo e 28 de Agosto - montaram tendas externas para a triagem de pacientes no dia 29 de dezembro. O G1 visitou os dois hospitais e ouviu uma série de reclamações de pacientes:

 

Tenda usada como estacionamento e falta de médicos

Demora no atendimento e falta de testes

Profissionais de saúde comem em enfermaria

Pacientes internados dividem ala com obras

Funcionários batem ponto ao lado de internados em corredor

Até esta terça-feira (5), do total de 476 leitos de UTI para Covid, apenas 54 estavam disponíveis (taxa de ocupação de 88,66%). Em relação aos leitos clínicos para Covid, dos 1.286 ofertados, apenas 172 estavam desocupados (taxa de 86,63%).

 

O governo do estado também teve de reconfigurar a rede de saúde para enfrentar a pandemia, inclusive prevendo o uso de maternidades para tratar os pacientes. A medida gerou protestos do Sindicato dos Médicos do Amazonas.

 

Além das tendas externas, outra medida triste já vista em Manaus foi reeditada. Trata-se do uso de câmaras frigoríficas instaladas em hospitais para armazenar os corpos de mortos durante o primeiro pico da doença. As estruturas foram montadas, pela primeira vez, em abril, após o colapso nos sistemas de saúde e funerário do estado.

 

A prefeitura da cidade também preparou novas áreas em cemitérios para enterrar os mortos vítimas da doença. No Cemitério do Tarumã, onde ocorreram enterros coletivos no pico da pandemia, em abril, as covas serão abertas em um terreno e também serão utilizadas gavetas.

 

 

Fonte/Fotos: G1 Amazonas/Rede Amazônica e Divulgação

 

 

 

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