CULTURA DO CARRO: VOLKSWAGEN FUSCA NACIONAL FAZ 60 ANOS; VEJA 10 CURIOSIDADES DO MODELO
A data passou batida por
muitos fãs de antigomobilismo, mas no dia 3 de janeiro completaram-se 60 anos
do início da produção do Fusca no Brasil. As primeiras unidades desembarcaram
no país em 1950 vindos da Alemanha e foram montadas com peças importadas em um
galpão até 1959, quando a produção em larga escala foi iniciada em São Bernardo
do Campo (SP).
O que aconteceu a partir
daí virou história, literalmente. O Fusca fez parte da vida de milhares de
brasileiros que contabilizam inúmeras lembranças a bordo do
"besouro", que permaneceu em linha até 1986, quando foi descontinuado
pela primeira vez. Alguns anos depois, em 1993, o então Presidente da
República, Itamar Franco, sugeriu à VW a retomada da produção do Fusca. A
reencarnação do modelo, porém, durou apenas dois anos.
Para celebrar o Dia
Nacional do Fusca, que acontece neste domingo (20), separamos 10 curiosidades
deste simpático carro que tem muita história para contar.
Carro de Hitler?
Algumas linhas históricas
creditam ao austríaco Ferdinand Porsche a criação do Volkswagen, a pedido do
ditador Adolf Hitler. Outros defendem que o papel de Porsche tenha sido apenas
formal, um mero assinador de contratos. O fato é que o modelo foi um compilado
de invenções de diversos engenheiros e surgiu com a função de ser um carro de
apelo popular na Alemanha. Daí o nome oficial do carro e, depois, da marca:
Volkswagen, literalmente "carro do povo", em alemão.
O primeiro cliente
Já falamos que as
primeiras unidades do Volkswagen Sedan (sim, este é seu nome original) foram
montadas em 1953 em um galpão alugado em São Paulo (SP). A produção nacional,
porém, só começou em 1959 com a inauguração da fábrica na região metropolitana
da capital, marcada pela visita do então Presidente da República, Juscelino
Kubitschek. O primeiro Fusca produzido no ABC Paulista foi vendido por Cr$
471,2 mil no dia 7 de janeiro daquele ano por uma concessionária na avenida
Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. O cliente ilustre era o empresário Eduardo
Andrea Matarazzo, herdeiro do conde Francisco Matarazzo Júnior, fã confesso de
automóveis e aviões.
R$ 250 mil?!
Não é de hoje que carro no
Brasil é um item que pesa no orçamento e provoca discussões acaloradas. E não
foi diferente com o Fusca, que desembarcou como Volkswagen Sedan e com preço
nada "popular" em 11 de setembro de 1950. O valor sugerido pela
Volkswagen era de Cr$ 20 mil (a moeda era o cruzeiro). Era uma quantia módica?
Nada! Em conversão aproximada para os dias atuais, temos o equivalente a R$ 100
mil. Achou muito? Calma, tem mais.
A procura pelo modelo não
foi pequena, embora o estoque inicial de importados fosse. Com isso, o preço
inflacionou e muitos interessados acabaram pagando até Cr$ 50 mil --
praticamente R$ 250 mil!
Apelido que pegou
O nome do modelo era
Volkswagen Sedan, mas a dificuldade em pronunciar a palavra alemã Volkswagen
("folquisváguem") ou sua sigla alemã VW ("fauvê") levaram a
erros que geraram as palavras "fulque", "fulca" e, logo,
"fusca". Popularizado, o nome acabou oficializado em 1983.
Vocho, Coccinelle, Käfer...
O Brasil não foi o único
país a adotar um apelido para o Sedan. Isso também acontecia em outros
mercados: no México, o carro é chamado até os dias atuais de Vocho; nos países
de língua inglesa, é "besouro" ou Beetle; Carocha em Portugal; Käfer
na Alemanha; Coccinelle na França; Maggiolino na Itália. Não por acaso, o novo
Beetle ganhou os mesmos nomes nos respectivos países, inclusive aqui, onde
virou Volkswagen Fusca.
Fácil de consertar
O Fusca tinha fama de ser
carro de fácil reparo. Além da mecânica competente e simples, um dos motivos
era o fato de que os componentes de sua carroceria eram parafusados, em vez de
soldados.
Cadê o brucutu?
O item mais furtado em
carros nos anos 1960 era o esguicho do limpador de para-brisa do Fusca! A
pecinha, chamada de "brucutu", enfeitava os anéis popularizados por
Roberto Carlos e a turma da Jovem Guarda. Quem tinha um Fusca à época vivia tantas
emoções...
20 de janeiro
No mundo todo, o "Dia
Internacional do Volkswagen Beetle" é comemorado em 22 de junho, marco da
assinatura do contrato de produção inicial do modelo, em 1934. No Brasil, reza
a lenda, o "Sedan Clube" (atual "Fusca Clube do Brasil")
decidiu instituir uma comemoração em 1988, escolhendo a data de 20 de novembro.
Acontece que a logística falhou e apenas o material comemorativo ficou pronto a
tempo: com adesivos e faixas com o logo "20" preparados, a solução
foi adiar o evento para outro dia 20, após as festas de fim de ano. Ficou para
20 de janeiro de 1989.
Astro de cinema
O Fusca já foi ator
coadjuvante e até protagonista de vários filmes de Hollywood. Quem não se
lembra de "Se Meu Fusca Falasse", obra-prima dos estúdios Disney de
1968 que mostrava as aventuras de um simpático Fusca com personalidade própria?
Houve três continuações e um remake, este último em 2005 com a atriz Lindsay
Lohan. Recentemente, o "besouro" voltou às telonas com
"Bumblebee", resgatando a essência do robô que originalmente se
transformava em um Fusca nos quadrinhos.
Reencarnações
O Fusca teve duas
"reencarnações" (ou reinterpretações, se assim preferir) modernas
baseadas em plataformas do Golf. A primeira foi o New Beetle, lançado em 1999 e
fabricado até 2010 -- feito sobre a base do Golf 4. A segunda surgiu em 2011
com o nome de Beetle. Mais moderna e com um visual mais esportivo, ele
aproveita vários componentes (inclusive plataforma) do Golf 7. Deixou de ser
importado para o Brasil em 2018 e já tem data para ser descontinuado: julho de
2019.
Fonte/Fotos:
Vitor Matsubara - UOL, em São Paulo (SP)/UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário