ANA DIVULGA ESTUDO E APRESENTA PROPOSTA PARA GESTÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DE BELÉM E REGIÃO
Estudo apontou contaminação em poços da região provocada pela ação
humana. Plano propõe diretrizes para proteção dos mananciais subterrâneos por
meio da articulação entre a gestão de recursos hídricos e o uso do solo
Divulgar
os resultados finais e a proposta de gestão das águas subterrâneas para Belém e
municípios adjacentes. Com este objetivo, a Agência Nacional de Águas (ANA)
realiza, nesta quarta-feira, 13 de junho, o Seminário de Apresentação dos
Estudos Hidrogeológicos para a Gestão das Águas Subterrâneas da Região de
Belém. O evento acontece das 8h30 às 17h no Auditório do Centro de Ciências
Naturais e Tecnologia (CCNT), que fica no Campus V da Universidade do Estado do
Pará (UEPA) no bairro do Marco.
Para
gerar conhecimento hidrogeológico sobre os sistemas aquíferos de Belém e para
subsidiar a elaboração de diretrizes para a gestão sustentável dos recursos
hídricos subterrâneos da região, a ANA realizou os Estudos Hidrogeológicos em
parceria com a empresa Profill Engenharia e Ambiente S.A. O trabalho contempla
a capital paraense e os municípios de Ananindeua, Benevides, Marituba, Santa
Bárbara do Pará e Santa Isabel do Pará, totalizando uma área de 2.500km².
Os
estudos demonstram que o modelo hidrogeológico da região é formado por dois
sistemas aquíferos principais: o Barreiras e o Pirabas. As reservas hídricas
desses sistemas aquíferos somam cerca de 67 bilhões de metros cúbicos (m³),
sendo que o Sistema Aquífero Pirabas é detentor de 80% deste volume. A título
de comparação, o reservatório de Sobradinho (BA), um dos maiores do Brasil, tem
uma capacidade máxima de 34,1 bilhões de m³.
O
estudo hidrogeoquímico avaliou a composição química das águas subterrâneas de
150 poços da região. As amostras foram coletadas em duas campanhas, quando
aconteceram análises laboratoriais e de campo. Águas analisadas com teores de
nitrato e cloreto elevados, acima do permitido pela Portaria 2.914/11 do
Ministério da Saúde, estão relacionadas à contaminação provocada pela ação
humana. Outras amostras apresentaram, ainda, teores de ferro e manganês que
ultrapassaram o máximo permitido pela mesma norma. Nestes casos, os resultados
se devem à composição dos minerais que compõem as rochas dos aquíferos.
Segundo
a avaliação do impacto da urbanização sobre as águas subterrâneas da região,
principalmente as perdas na rede de esgoto e a ampla utilização de soluções
individuais (fossas) permitem que um grande volume de água residual com alta
carga contaminante atinja as águas subterrâneas, sobretudo aquelas captadas por
poços rasos.
As
águas foram classificadas, predominantemente, como cloretadas sódicas, seguidas
das águas bicarbonatadas cálcicas e águas sulfatadas cálcicas, em menores
proporções. Segundo avaliação isotópica, as águas subterrâneas da região variam
de águas modernas, com cerca de 4.500 anos na parte mais superior, e chegam a
mais 28 mil anos nas amostras de água coletadas nos poços mais profundos.
A
evolução do conhecimento hidrogeológico subsidiou a elaboração de uma proposta
de Plano de Gestão de Águas Subterrâneas para a área estudada. A proposta
inclui o fortalecimento institucional para a pasta de recursos hídricos na
Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS/PA) e a
complementação de normas legais. Além disso, o Plano estabelece diretrizes para
articulação entre a gestão de recursos hídricos e o uso do solo, por meio da
indicação de áreas de proteção dos mananciais subterrâneos.
A
Agência Nacional de Águas (ANA) e a empresa Profill Engenharia e Ambiente SA
realizaram os Estudos Hidrogeológicos da região de Belém, que estão no âmbito
da Agenda de Águas Subterrâneas da ANA, instituída com base no Programa
Nacional de Águas Subterrâneas (PNAS), programa VIII do Plano Nacional de
Recursos Hídricos. Também colaboraram para os Estudos: a Comissão Técnica de
Acompanhamento e Fiscalização dos Trabalhos (CTAF), constituída por
representantes da SEMAS/PA; o Serviço Geológico do Brasil (CPRM); a
Universidade Federal do Pará (UFPA); prefeituras municipais; a Agência
Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém (AMAE); e a Companhia de
Saneamento do Pará (COSANPA).
Fonte: Assessoria de Comunicação
– ASCOM - Agência Nacional de Águas
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