PARÁ: ESTADO TEVE DÉFICIT PREVIDENCIÁRIO DE QUASE 690 MILHÕES EM 2017
O
governo federal decidiu suspender a votação da reforma da Previdência durante o
período de intervenção federal no Rio de Janeiro, mas a questão das
aposentadorias ainda gera dor de cabeça para estados e municípios. Segundo o
presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Pará, Allan Moreira
(Igeprev-PA), os gastos com aposentadorias e pensões foram superiores a R$ 2,8
bilhões somente em 2017.
“No
ano passado, a gente teve uma folha de R$ 2,834 bilhões. Esse é o custo total
da folha de inativos e pensionistas do poder Executivo do Pará. Nós tivemos um
aporte, que é aquela complementação de insuficiência de R$ 687 milhões”,
relatou.
Para
Moreira, a reforma da Previdência é precisa ser feita em nível federal, sem se
esquecer de como será remodelado o sistema nos estados e municípios que já
adotam regimes próprios.
Segundo
o presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Pará, é preciso que se
faça uma reflexão sobre a estruturação do regime de Previdência e sua forma de
financiamento.
“Essas
regras de transição postergam os efeitos financeiros para o médio e longo
prazo. É importante para sanear problemas que o sistema tem hoje, sobretudo
para tentar igualar as regras de benefício dos regimes próprios em relação ao
regime geral”, ressaltou.
O
texto que está suspenso no Congresso estabelece a idade mínima de 65 anos para
os homens e 62 para as mulheres. O tempo de contribuição para trabalhadores da
iniciativa privada será de, no mínimo, 15 anos.
Os
servidores públicos só poderão se aposentar depois de contribuir por 25 anos e
alcançar a nova idade mínima prevista para homens e mulheres, sem regra de
transição.
Segundo
o secretário de Previdência Social do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, a
reforma prevê regras semelhantes para todos os trabalhadores, de políticos a
altos funcionários públicos. Além disso, de acordo com ele, haverá uma economia
no INSS na faixa de R$ 500 bilhões.
“Então
é possível, a partir desta reforma, tal como está estabelecida agora nesta
versão final da reforma da Previdência, ter uma economia no INSS na faixa de R$
500 bilhões, uma economia bem substancial, e no serviço público, na faixa de R$
88 bilhões”, disse.
Caetano
também afirmou que a reforma não é uma questão política, mas sim matemática. “A
reforma da Previdência, claro, que o objetivo final é igualdade, é garantir o
pagamento das aposentadorias e pensões, mas tem reflexo na economia como um
todo, por permitir um ambiente de juros mais baixos e maior geração de emprego
e salário para o cidadão”.
O
professor da PUC-Rio e economista da Opus Gestão de Recursos, José Márcio
Camargo, reconhece que a medida para tentar conter a violência no Rio é
essencial. Porém, ele alerta que o problema do rombo previdenciário ainda é uma
adversidade que precisa ser solucionada.
“A
reforma da Previdência é imprescindível. Na evolução que estão indo os gastos
com Previdência, daqui a 15 anos, todos os gastos do governo Federal vão ser
com aposentadorias e pensões. A reforma vai ter que ser feita. E algum momento
ela vai ter que ser feita”, avalia Camargo.
Fonte/Foto: Cintia Moreira – Agência do
Rádio Mais
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