VITÓRIA: ÍNDIOS COMEMORAM COM RODA DE DANÇA VITÓRIA NO STF SOBRE DEMARCAÇÃO
Ministros negaram pedido de indenização do governo de Mato Grosso
por demarcação de terras indígenas. Parque Nacional do Xingu e reservas
Nambikwára e Parecis foram contemplados.
Indígenas dançaram em frente Supremo Tribunal Federal, em
Brasília, por volta das 12h desta quarta-feira (20) para comemorar uma decisão
favorável à demarcação de terras em Mato Grosso.
Por unanimidade, os ministros negaram pedidos do governo estadual
para obter indenização da União pela desapropriação de terras para demarcação
de territórios indígenas.
Os manifestantes estavam reunidos no local desde as 9h da manhã e
cerca de 150 conseguiram acompanhar a sessão. No julgamento, foram contempladas
as terras que integram o Parque Nacional do Xingu e as reservas Nambikwára e
Parecis.
Na mesma sessão, a Corte também decidiu que o estado de Mato
Grosso deve pagar à União R$ 100 mil pelos custos de defesa arcados pelo
governo no processo.
O índio guarani kaiowa Adilio Benites, de Mato Grosso do Sul,
disse que a decisão foi uma surpresa positiva. "É uma vitória muito
importante pro nosso povo, nossa família que está lá no Mato Grosso sofrendo e
lutando por saúde, território."
No julgamento, o governo do Mato Grosso alegou que as áreas foram
incluídas nas terras indígenas de forma irregular, já que pertenciam ao estado
desde o final do século 19 – concedidas pela própria União na Constituição de
1891. Por isso, argumentou que a anexação para as reservas deveria ter sido
feita mediante pagamento.
A União, por sua vez, alegou que as terras nunca pertenceram ao
estado, porque antes mesmo antes da concessão, a legislação já reconhecia a
posse dos índios pelas terras tradicionalmente ocupadas. A Constituição de
1988, em vigor, reconhece que as terras ocupadas pelos índios pertencem à União
e, portanto, podem ser cedidas a eles.
Fonte/Foto: G1 DF/Bianca Marinho
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