APÓS CASO JUMA EXÉRCITO DIZ QUE VAI CANCELAR EXIBIÇÃO DE ONÇAS NO DESFILE CÍVICO MILITAR DE 2016
Comando Militar da Amazônia afirma que
atitude não possui relação com ação civil pública ingressada pelo MPF. Desfile
das Forças Armadas ocorre tradicionalmente no dia 7 de setembro na capital
Em decorrência da repercussão envolvendo a morte da
onça Juma, ocorrida em junho deste ano, o desfile militar de 7 de setembro não
terá a exibição de animais silvestres em Manaus. A informação é do Comando
Militar do Amazônia (CMA). Paralelamente à decisão, uma ação civil do
Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) corre na Justiça Federal para
impedir a utilização de animais em eventos.
Neste ano, diferentemente dos dois anos anteriores,
a expectativa é que o desfile militar aconteça novamente no Sambódromo da
capital ao invés da Ponta Negra. Sobre o caso de Juma, o Exército ainda
investiga se houve irregularidades no procedimento executado por militares.
“Existe uma sindicância que ainda está apurando os
fatos da morte (de Juma), que teve uma prorrogação, porém estamos dentro do
tempo legalmente previsto. Quanto tiver uma solução do caso, terá uma ampla
divulgação”, disse o chefe da comunicação do CMA, coronel Luiz Gustavo Evelyn.
Segundo ele, a presença de animais será cortada no
desfile deste ano. “É uma posição do CMA até o momento. Não haverá bichos,
apenas os homens do Exército executando aquilo que fazem todos os anos”, disse
Evelyn, afirmando que a atitude não possui relação com a ação civil contra o
Exército.
Entenda o caso
No dia 20 de junho, a onça-pintada Juma, mascote do
1º Batalhão de Infantaria de Selva, foi abatida por veterinários após fugir de sua jaula
no zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs). Segundo o
Exército, a onça teria tentado atacar um militar.
Com a repercussão do caso, o MPF ingressou no dia 23 de agosto com uma ação civil
pública na Justiça Federal para impedir que animais silvestres sejam
utilizados em eventos públicos e para que o Exército seja condenado a pagar
indenização de R$ 1 milhão pela morte da onça Juma.
“Além de comover milhares de brasileiros, que se
sensibilizaram com a morte da onça que havia sido exibida acorrentada para
'abrilhantar' a passagem da tocha olímpica por Manaus, o episódio foi
amplamente noticiado pela imprensa estrangeira que cobriu as Olimpíadas Rio
2016, causando um enorme constrangimento internacional para o Brasil”, afirmou
o procurador da República Rafael Rocha, responsável pela ação.
A ação civil pública tramita na 7ª Vara Federal, sob
o nº 13031-66.2016.4.01.3200, onde aguarda julgamento.
Em nota, o Exército Brasileiro informou na época
apenas que o “inquérito policial militar relativo ao falecimento da onça Juma
foi prorrogado e quando concluído será dado ciência aos órgãos competentes”.
Fonte/Foto: A Critica/Oswaldo Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário