ALERTA: PIRATAS SE PASSAM POR POLICIAIS PARA ASSALTAR EMBARCAÇÕES, DIZEM VÍTIMAS
Relatos apontam atuação de bandos que atacam usuários do
transporte fluvial para roubar até motor de popa
Manaus
- Os constantes ataques de grupos de piratas, na orla de Manaus, têm causado
preocupação e medo aos aquaviários e demais pessoas que precisam utilizar
pequenas embarcações para chegar às comunidades próximas à capital. De acordo
com os trabalhadores ouvidos pela reportagem, os criminosos, que se identificam
como policiais, atacam no período noturno e roubam, principalmente, motores de
popa e dinheiro.
Os
trabalhadores informam que, somente este mês, ao menos cinco ataques foram
registrados. Segundo os relatos, os crimes são praticados por um grupo de três
ou quatro criminosos, que surpreendem as vítimas em uma lancha. “A gente para
porque pensa que é a polícia, porque eles se apresentam como polícia, mas, em
seguida, nos roubam e fogem”, falou o carpinteiro Raimundo da Cunha, 49.
Raimundo
disse que foi atacado pelos ‘piratas’ há cerca de 15 dias. Ele informou que
estava em seu bote, junto com a mãe e uma cunhada, retornando de Manaus para a
Comunidade de Nossa Senhora de Fátima, quando foram atacados. “Um deles estava
com um revólver, outro com uma faca e o terceiro estava como piloto”, lembrou.
Conforme
os relatos de Raimundo, o trio foi bastante violento e roubou o motor de 15 HP
do bote, mais uma quantia em dinheiro, os pertences que estavam com a mãe e a
cunhada. “Com medo de morrer, eu me joguei na água. Nós estamos correndo
perigo, diariamente, porque no meio do rio a gente não tem a quem recorrer ou
pedir ajuda”, frisou ele.
Segundo
o aquaviário Adelson Pereira, na última segunda-feira, 22, um outro rapaz que
trabalha na Marina do Davi também foi atacado pelos piratas. “Ele estava parado
manuseando a embarcação dele quando foi atacado por quatro homens todos
encapuzados. Eles foram bastante agressivos e machucaram muito o rapaz”,
contou.
Segundo
as vítimas, um dos trechos onde mais ocorrem os roubos está localizado entre as
comunidades do Tupé e do Livramento. “Estamos evitando ao máximo andar por ali,
durante à noite, mas quem precisa voltar para casa não tem outra escolha”,
falou Adelson.
Investigações
De
acordo com o coordenador do Departamento de Polícia do Interior (DPI), delegado
Mariolino Brito, a Polícia Civil (PC) já está investigando os casos. De acordo
com ele, em relação aos crimes praticados nas proximidades de Manaus, a PC
identificou que os criminosos pertencem a grupos distintos, mas informou que,
pelo menos, um deles já está identificado.
As
investigações apontam que parte desses criminosos chega próximo às comunidades
ribeirinhas pelas estradas. “Eles vão de moto ou carro. Depois, alugam botes de
pescadores ou mesmo de outros moradores e vão praticar esses crimes. Depois
voltam, pegam os carros e fogem”, disse o delegado.
De
acordo com Mariolino, por serem crimes praticados nos rios, fazer a
identificação desses criminosos é mais complicada. Outro problema, segundo ele,
é que muitas das vítimas não têm procurado a polícia para registrar as
ocorrências. “Precisamos que elas registrem porque, assim, teremos mais
informações e saberemos onde poderemos atuar”, falou.
Fonte/Foto: Carla Albuquerque - d24am.com/Sandra Pereira
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