PESQUISADOR AFIRMA: AMAZÔNIA NÃO É RESPONSÁVEL POR SECA
O climatologista Luiz
Carlos Molion (foto), professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas,
criticou ontem, em Belém, os propagadores do que classificou de “falsa
ciência”, ao tratar do propalado “aquecimento global”, e negou enfaticamente a
existência de qualquer relação de causa e efeito entre o desmatamento da
Amazônia e a seca que assola a Região Sudeste do país.
Considerado a maior
autoridade em estudos meteorológicos da América Latina, Luiz Carlos Molion, que
representa os países da América do Sul na Organização Meteorológica Mundial,
disse que o Brasil está vivendo um ciclo de redução de chuvas que deve se
estender até por volta de 2025.
A Amazônia, segundo ele,
tem um regime de chuvas muito mais complexo. No Pará, destacou o pesquisador,
não haverá mudanças significativas na faixa litorânea e na região oeste. No
sudeste paraense, porém, a escassez de chuvas poderá afetar, inclusive, os
produtores de soja que estão se instalando na região.
Luiz Carlos Molion foi um
dos palestrantes convidados a falar no primeiro dia de trabalho do 42º Encontro
Ruralista do Pará, aberto ontem na sede da Federação da Agricultura e Pecuária
(Faepa) e que será encerrado hoje.
O encontro, com a
participação de 131 sindicatos de produtores rurais e de representações dos 144
municípios do Pará, foi aberto pelo presidente da Faepa, Carlos Fernandes
Xavier, que em seu pronunciamento traçou um cenário não muito alentar da
realidade econômica hoje vivida pelo país.
Carlos Xavier destacou que
o ano de 2014 foi caracterizado pelas eleições gerais no Brasil e por
inadequadas pressões ambientalistas, indecisões na área fundiária, altíssimos
custos cartoriais e cancelamentos de matrículas, tudo isso contribuindo para a
manutenção da insegurança jurídica no setor do agronegócio. Infelizmente,
segundo ele, as perspectivas para 2015 não são diferentes, com persistentes
sintomas de crise econômica e recrudescimento inflacionário.
Abordando um dos temas em
destaque do 42º Encontro Ruralista, o assessor técnico da Confederação Nacional
da Agricultura e Pecuária (CNA), Ronei Corrêa, ressaltou as conquistas e novos
desafios do CNA Card no Pará. Implantado em 14 Estados brasileiros, o CNA Card
tem hoje cadastrados em todo o país perto de sete mil produtores rurais, dos
quais cerca de 400 no Pará.
O Estado, que começou a
operar com o programa há apenas seis meses, já está à frente de outras unidades
com mais tempo de adesão, alguns deles há dois anos. Na Região Norte, além do
Pará, integram o programa Rondônia e Amazonas.
Ronei Corrêa explicou que
o Cartão do Produtor Rural opera em três módulos. O primeiro, conhecido como
solicitação da guia de trânsito, permite ao produtor adotar todos os
procedimentos sem precisar sair de sua propriedade.
Para obter a Guia de
Trânsito Animal (GTA), o ruralista que não dispõe do CNA Card precisa se
dirigir até um posto da Adepará, que no Pará é o órgão estadual de defesa
sanitária.
O pagamento constitui o
segundo módulo. Já o terceiro, conforme frisou o assessor da CNA, consiste no
clube de benefícios. O portador do CNA Card pode se beneficiar de descontos
diferenciados numa vasta rede de estabelecimentos credenciados, que vão de
clínicas e lojas de produtos veterinários a postos de gasolina, farmácias e até
prestadores de serviços, como escritórios de advocacia e de contabilidade.
Fonte/Foto: Diário
do Pará
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