PARÁ: ASSASSINO DE DOROTHY STANG É PRESO POR MORTES LIGADAS A TRÁFICO DE DROGAS
O assassino confesso da
missionária Dorothy Stang, Rayfran das Neves Sales, 38, (foto) voltou a ser preso em
Belém, no Pará, segundo informou a Polícia Civil neste sábado (20). Condenado a
27 anos de prisão pela morte da norte-americana, ele deixou a cadeia no ano
passado após cumprir oito anos de reclusão.
Desta vez, Rayfran Sales e
outros três homens foram detidos pelo envolvimento em três mortes e uma
tentativa de homicídio ocorridas no último dia 5, também no Pará.
Eles são acusados de
atirar no casal Evalso Fagundes da Silva e Luana de Cássia Castro e Silva, e
nos amigos Leandro Kestring de Vargas e Josiane Noronha Santos. Dos quatro,
apenas Luana Silva sobreviveu.
De acordo com a Polícia
Civil do Pará, também foram presos Raimundo Fernando Ferreira Monteiro,
conhecido como "Gordo" ou "Ritchie"; Osimar Lobato
Rodrigues, 30, e Luís Carlos do Carmo Lopes, 27.
Whatsapp ajudou na
investigação
No dia 6 de setembro,
vieram à tona notícias sobre o desaparecimento dos jovens Leandro e Josiane,
que teriam vindo de carro desde a cidade de Rurópolis, no oeste do Pará, até
Belém.
Quatro dias depois, o pai
de Leandro Vargas foi até a Delegacia de Pessoas Desaparecidas, em Belém, para
registrar o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do filho.
Segundo a polícia, o pai
de Leandro informou ter recebido uma mensagem do filho pelo aplicativo de
celulares WhatsApp, na noite de 5 de setembro, por volta das 23h. Nela, a
vítima escreveu a seguinte mensagem: "Pai, se acontecer alguma coisa
comigo, estou em companhia de Rayfran das Neves Sales", citando o
pistoleiro que matou a missionária Dorothy Stang.
Em depoimento, o pai de
Leandro confirmou que o filho conhecia Evalso. A Polícia Civil, então começou a
relacionar o desaparecimento dos jovens ao ataque feito ao casal.
Tráfico internacional de
drogas
Segundo a polícia, os
quatro eram intermediários no tráfico de uma carga de 50 kg de cocaína, que
seria levada da Bolívia até Mato Grosso, partindo então para Belém.
A operação era coordenada
por Rayfran Sales, Luís Carlos e Raimundo Fernando. Osimar Rodrigues foi
contratado para alugar um carro e fazer a viagem de Mato Grosso a Tailândia, no Pará, e depois para a capital
Belém.
Evalso e Luana, então,
partiram de Mato Grosso no carro dele, acompanhados dos quatro criminosos. A
caminho de Tailândia, por volta de 19h, Luís Carlos e os comparsas decidiram
matar o casal.
Evalso recebeu um tiro na
cabeça dado por Luís Carlos. Luana foi atingida por dois disparos, mas não
morreu. Ela se fingiu de morta até que os quatro abandonassem o carro à beira
da estrada.
Após a fuga dos
criminosos, Luana conseguiu pedir socorro na estrada e foi levada até o
hospital. Rayfran, Raimundo Fernando e Luís Carlos seguiram até Tailândia, onde
se encontraram com Leandro e Josiane.
Foi nesse momento que
Leandro enviou a mensagem ao pai, pois suspeitava que poderia ser morto. As
vítimas foram levadas de carro até uma estrada na zona rural de Tomé-Açu, onde
foram alvejados a tiros e depois tiveram os corpos abandonados no local. O
carro de Leandro foi queimado.
Prisões
A polícia obteve mandados
de prisão temporária para os acusados, válidos por 30 dias. Os mandados foram
cumpridos na sexta-feira (19).
Após passarem por perícia
de corpo de delito, os presos foram levados para a cadeia e permanecem à
disposição da Justiça. As investigações prosseguem para apurar o envolvimento
de outras pessoas nos crimes.
Fonte/Foto:
UOL São Paulo/Policia Civil do Pará
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