FESTIVAL AMAZONAS DE ÓPERA INICIA NESTE DOMINGO (20)
Noite de estreia contará com a montagem de 'Manon
Lescaut', primeira ópera de sucesso do compositor italiano Giacomo Puccini
Uma mulher de origem
humilde e fascinante beleza, com um certo
pendor pela riqueza e pelo luxo. Poderia ser a personagem de uma novela
das oito, mas trata-se de Manon Lescaut, heroína da primeira ópera de sucesso
do italiano Giacomo Puccini (1858-1924). Um dos títulos mais tradicionais do repertório lírico, a
peça marca a agenda de apresentações do 18º Festival Amazonas de Ópera (FAO),
com estreia neste domingo, dia 20, no Teatro Amazonas.
Baseada num romance do
Abade de Prévost, “Manon Lescaut” narra a história da jovem personagem-título
desde a fuga da vida no convento até seu final trágico num deserto, passando
por um casamento de conveniência com Geronte e pelo degredo nos Estados Unidos,
ao lado do amante Des Grieux.
Responsável pela direção
cênica da montagem do FAO, com cenografia tradicional assinada por Alfredo
Troisi, o italiano Pier Francesco Maestrini diz considerar Manon a mais bela
personagem feminina do universo lírico. “Em seu livro, Prévost dizia que quem a
via se sentia atraído, não importa a classe social. E ela era uma camponesa, de
boa família, sem muita cultura, mas com charme, sex appeal e porte natural que
deixava todos impressionados”, declara.
‘Alma dividida’
Maestrini revela que
buscou salientar o universo emocional da heroína. “Em Puccini, é marcada a
atração (que a personagem sente) pelo ouro, pela riqueza. Mas a grande força de
Manon, o que impôs Puccini à atenção geral, foi a força da paixão”, assinala o
italiano. “A ênfase que dei foi na alma dividida da Manon”.
Maestrini conta que já
dirigiu várias outras montagens da “Manon” de Puccini (há uma outra adaptação
de Prévost, escrita pelo francês Jules Massenet), e que sempre busca contar a
história de maneira a ser bem compreendida pelo público. “É difícil
contextualizar ‘Manon Lescaut’, pois ela é muito presa ao contexto histórico do
século 18”, afirma ele.
Além disso, acrescenta o
diretor, Puccini deixou certas lacunas na trama, que passou pelas mãos de
vários libretistas, como o desfecho de Manon e Des Grieux nos Estados Unidos.
“Ele não explica o que acontece para levar os dois ao deserto”, diz ele, que
amenizou o problema transferindo o intermezzo do final do segundo para o final
do terceiro: “Isso dá maior respiro, para não criar uma surpresa abrupta”.
Montagem
“Manon Lescaut” terá no
elenco a soprano Daniella Carvalho, no papel principal; o tenor Juremir Vieira,
como Des Grieux; o barítono Eduardo Amir, como Lescaut, irmão de Manon; e o
baixo Eduardo Janho-Abumrad, como Geronte. A direção musical e regência são de
Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico do FAO, nas récitas de domingo e do
dia 26, sábado. No dia 22, terça-feira, caberão ao maestro assistente Otávio
Simões.
Fonte/Foto:
Jony Clay Borges – A Critica/Evandro Seixas
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